A produção de grãos em Minas Gerais, na safra 2019/2020, deve alcançar 15,2 milhões de toneladas, volume 7,4% superior aos 14,2 milhões de toneladas registradas na safra anterior. Caso o montante se concretize, será o maior já produzido no Estado.
O destaque neste período produtivo é a soja, cuja produção prevista está 16% maior. Os dados são do 7º Levantamento da Safra de Grãos 2019/20, divulgado na quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estatal ressaltou que a pandemia de Covid-19 enfrentada pelo mundo não afetou o andamento da safra brasileira de grãos. Segundo o relatório, os agricultores seguem as atividades dentro da normalidade, com adoção dos cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), além de continuar com os tratos culturais, como adubação e aplicação de defensivos no período recomendado.
De acordo com os dados da Conab, a área plantada no Estado é de 3,55 milhões de hectares, expansão de 3%. A produtividade foi estimada em 4,2 toneladas por hectare, 4,3% maior quando comparado com o ano anterior. O clima mais favorável, com chuvas regulares, foi importante para o avanço na produtividade.
Os dados da Conab mostram que a produtividade da soja, em Minas Gerais, cresceu 10,6% e atingiu 3,56 toneladas por hectare. Com o aumento, a produção foi estimada em 5,88 milhões de toneladas, o que é um volume recorde para o Estado e representa um avanço de 16% sobre as 5,07 milhões de toneladas colhidas em 2018/19. A área em produção cresceu 4,8% e somou 1,6 milhão de hectares.
De acordo com o superintendente de Informações do Agronegócio da companhia, Cleverton Santana, o aumento se deve, principalmente, ao clima. “A colheita da soja está em fase final e, neste período produtivo, o clima foi bastante favorável e contribuiu para o aumento da produtividade”, explicou.
O milho, outro importante produto para Minas, deve alcançar uma produção total de 7,7 milhões de toneladas, o que equivale a um aumento de 2,3% frente à safra 2018/19. Na primeira safra do cereal, o Estado colheu 4,6 milhões de toneladas, volume 0,4% maior. A produtividade da cultura cresceu 4,1% e somou 6,39 toneladas por hectare. A elevação da produtividade foi importante para compensar a redução da área, que caiu 3,6% com o plantio ocupando 721,9 mil hectares.
Já na segunda safra de milho, que já está praticamente toda semeada, a área cresceu 10,6%, com o uso de 465,1 mil hectares. A produtividade esperada é de 6,64 toneladas por hectare, volume que tende a cair 4,8%. A previsão é colher 3 milhões de toneladas do cereal neste período, o que, se alcançado, será 5,3% maior que o registrado na segunda safra do ano anterior.
O diretor interino de Política Agrícola e Informações da Conab, Bruno Scalon, explica que o clima tem sido favorável para o desenvolvimento da segunda safra. Além disso, o milho total nacional deve crescer 1,8% e somar 101 milhões de toneladas – o mercado do cereal segue favorável para o produtor e com a manutenção de preços firmes.
“O mercado do milho, com o aumento na estimativa da produção nacional, tem um cenário pouco menos complicado, mas com estoque de passagens menores e mantendo a situação de abastecimento de milho mais confortável para o produtor do que para demandantes”, disse Scalon.
Feijão – A produção total de feijão deve ficar praticamente estável no Estado, com pequena variação positiva de 0,6% na safra 2019/20. O levantamento da Conab aponta para uma produção de 545,6 mil toneladas. Na primeira safra, Minas Gerais colheu 191,7 mil toneladas de feijão, volume 21,1% superior. A produtividade, 1,2 tonelada por hectare, aumentou 15,3%. A área em produção subiu 4,9%, com o plantio ocupando 157,4 mil hectares. Na segunda safra, a área de plantio ficou menor, 9,8%, alcançando 37,8 mil hectares. A produtividade média caiu 4,4%, com rendimento estimado de 1,33 tonelada por hectare.
Com a queda da produtividade e a área menor, a produção no período deve recuar 13,8%, com a colheita estimada em 175 mil toneladas. Para a terceira safra, cujo plantio ainda não foi iniciado, a estimativa preliminar é de uma queda próxima a 1,3% na produção, que deverá ser de 178,9 mil toneladas.
Queda também é esperada na produção de algodão em caroço. A previsão é colher 161 mil toneladas, volume 4,6% menor. Neste ano, a redução se deve à queda na área plantada, que recuou 9,9% com o uso de 37,8 mil hectares. Com clima favorável e investimentos em tecnologias, a produtividade média, 4,2 toneladas por hectare, cresceu 6%. A produção de algodão em pluma deve ficar em 64,4 mil toneladas, retração de 4,6% frente à safra anterior.
“O escoamento da safra ocorre a partir de julho, quando se inicia a colheita, e esperamos que o impacto provocado pelo coronavírus nas exportações seja menor em função do controle da pandemia. Já no mercado interno, há grande preocupação devido à desaceleração da economia em função do isolamento social”, explicou Bruno Scalon.
Fonte: Diário do Comércio.