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Setembro: arroba segue firme, mas ritmo de alta diminui

Durante o mês de setembro o mercado boi gordo seguiu firme. Porém pudemos observar uma lentidão maior do que nos meses anteriores, tanto no volume de negócios quanto no ritmo de valorização da arroba. No entanto a oferta ainda é equilibrada. É claro que existe um volume maior de animais de cocho sendo enviados para o abate, mas este aumento ainda não foi suficiente para forçar recuos concretos no preço da arroba. Desta forma estamos observando maior oscilação nos preços ofertados pelos frigoríficos, mas está nítido que ainda não é fácil comprar boi gordo e o mercado deve seguir firme nos próximos dias.

Durante o mês de setembro o mercado boi gordo seguiu firme. Porém pudemos observar uma lentidão maior do que nos meses anteriores, tanto no volume de negócios quanto no ritmo de valorização da arroba.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

De maneira geral compradores pisaram no freio, na esperança de uma maior oferta de animais terminados em confinamento, após a segunda quinzena, e também aguardando uma melhor definição do mercado da carne. O receio era que as altas no preço da carne levassem o consumidor a escolher outros tipos de proteína, reduzindo a demanda e forçando quedas nos preços da carne no atacado, situação que até o momento ainda não se confirmou.

No entanto a oferta ainda é equilibrada. É claro que existe um volume maior de animais de cocho sendo enviados para o abate, facilitando a vida principalmente dos frigoríficos que fizeram contratos a termo, mas este aumento ainda não foi suficiente para forçar recuos concretos no preço da arroba. Desta forma estamos observando maior oscilação nos preços ofertados pelos frigoríficos, mas está nítido que ainda não é fácil comprar boi gordo e o mercado deve seguir firme nos próximos dias.

Durante o mês passado, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo registrou valorização de 2,61%, bem menor do que os 6,95% apurados em agosto. No dia 30 de setembro a arroba em São Paulo valia R$ 95,21, segundo levantamento do Cepea.

Tabela 1. Principais indicadores

Com o dólar registrando variação negativa no período analisado, a arroba do boi gordo em dólares teve forte valorização, sendo caculada em US$ 55,56. Este é o maior valor desde 28 de agosto de 2008, quando o boi gordo era negociado a US$ 55,80/@.

No mercado futuro, a maioria dos contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa apresentaram variação positiva durante o mês de setembro – as exceções foram maio/10 e junho/10 -, porém o ritmo de alta foi semelhante ao observado no mercado físico e menor do que o apurado em agosto. O vencimento setembro/10 foi liquidado no último dia 30 com média móvel de 5 dias de R$ 93,82/@. Os contratos que vencem em outubro/10 acumularam alta de R$ 1,10 no mês passado e terminaram o último pregão de setembro valendo R$ 93,82/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 31/08/10 e 30/09/10

Reposição

O preço do bezerro também terminou setembro em alta (+ 3,27%). No último dia do referido mês, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 701,33/cabeça e segue registrando altas constantes.

Com esta valorização, a relação de troca que chegou a 1:2,25 no dia 24 de setembro recuou e terminou o mês sendo calculada em 1:2,21.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista (R$/cabeça) x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

É interessante notar que apesar do recuo registrado na relação troca, a margem bruta na reposição melhorou. A margem bruta na reposição é a diferença da venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro de reposição, este valor é o que será utilizado para investimentos na atividade, pagamento de contas e salários e lucro. No mês passado a média deste índice ficou em R$ 847,21, um aumento de 5,79% em relação à média de agosto (R$ 800,87).

Isso mostra que apesar do bezerro ter subido de preço, o boi gordo também se valorizou e está sobrando mais dinheiro para o invernista na operação de venda do boi gordo e reposição do rebanho.

No dia 9 de setembro passado, a margem bruta foi calculada em R$ 860,75, o maior valor registrado desde o início da série histórica em fevereiro de 2000.

Gráfico 4. Margem bruta na reposição

Atacado

Os preços da carne bovina no atacado também apresentaram alta durante o mês. O equivalente físico foi calculado em R$ 89,81/@ no último dia de agosto, acumulando valorização de 0,74%. Apesar da alta no preço da carne bovina, uma das responsáveis pelo aumento no valor da cesta básica, a demanda segue forte e deve continuar sustentando os preços da arroba.

Gráfico 5. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Exportação de carne bovina in natura

O setor de exportação não trouxe notícias muito animadoras no mês de setembro. Os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 76.900 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela geração de uma receita de US$ 320,5 milhões. Na comparação com o mês anterior – agosto -, tivemos um recuo (-18,18%) na receita apurada e uma retração de 19,79% no volume de carne bovina in natura exportada, segundo os dados do MDIC.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume enviado ao exterior em setembro foi 0,64% inferior, mas a receita cresceu 15,93%, evidenciando valorização nos preços da carne bovina no mercado internacional.

No acumulado do ano a receita registrada com as exportações do produto atingiram a marca de US$ 2,96 bilhões e o volume embarcado chegou a 761.172 toneladas, 10,81% acima do mesmo período do ano passado.

Tabela 2. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

O preço da carne bovina in natura brasileira seguiu em alta no mercado internacional durante o último mês de setembro. O preço médio da carne bovina in natura exportada ficou em US$ 4.168/tonelada, 16,67% mais alto que o valor registrado no mesmo período de 2009.

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0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    É natural uma acomodação de preços depois de altas significativas. E outubro / novembro contarão com o reforço do gado confinado. Acredito numa estabilidade. Mas aposto em preços fortes em dezembro e janeiro. Este ano os efeitos da seca foram intensos e levaremos mais tempo para contar novamente com um bom volume de os bois à pasto.

  2. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Os preços apurados no atacado,seja nos cortes primariaos,seja no cortes desossados ,estão deixando o fechamento das contas dos frigorificos NORMAIS em apuros,as exportações de dianteiros de búfalos da Índia estão refletindo aqui,sobra dianteiros.

    A tendencia e de estabilização a alta das @s do bovinos,o consumo,reportado por supermercadistas,dão conta que bovinos estão em declinio (só vendem bem promoções),e altas para suínos,frangos (aves) e industrializados em geral.

    Nos balcões de açougues a paralizia é geral.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

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