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Setor de carne agora defende TAC

Às voltas com questões jurídicas, indústria de carne bovina se mobiliza para costurar um compromisso único de defesa da Amazônia, traduzido em um futuro acordo com a Justiça de não comprar animais para abate de áreas com problemas ambientais e trabalhistas.

A indústria brasileira de carne bovina dá indícios de uma mudança importante de postura. Às voltas com questões jurídicas, o setor se mobiliza para costurar um compromisso único de defesa da Amazônia, traduzido em um futuro acordo com a Justiça de não comprar animais para abate de áreas com problemas ambientais e trabalhistas.

Até hoje, tem funcionado assim: pego em flagra por aceitar bois de áreas desmatadas, o frigorífico firma um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal e tenta resolver o problema. A questão é que esses TACs, de forma individual, não conseguem salvar a floresta e ainda promovem o que o setor chama de “competição desleal” entre as indústrias.

Em relatório apresentado no mês passado ao MPF, o JBS afirma que a empresa rejeitou desde o início do ano passado dois milhões de bois para o abate por serem de áreas de conservação ambiental, terras indígenas e fazendas que usam trabalho análogo à escravidão.

Segundo o relatório entregue à Justiça, 3.864 propriedades rurais no Mato Grosso e Amazonas enquadram-se nesses casos. “Diante das irregularidades, a JBS evitou adquirir o gado, mas verificou que os animais foram vendidos a outros frigoríficos”, fez questão de salientar a empresa.

A ideia de unificação de prazos de execução, e que obriga todos a seguir as mesmas regras, foi apresentada pela Abiec no dia 11 de novembro, durante reunião da indústria com os representantes do MPF da Amazônia, em Brasília. Participaram do encontro procuradores do Pará, Rondônia, Acre, Mato Grosso e Amazonas, além da Abiec, Uniec (União Nacional da Indústria e Empresas de Carne), Abeg (Associação Brasileira de Exportadores de Gado), e a própria JBS, alvo de acusação recente do MPF do Mato Grosso.

O mais difícil, avaliam fontes do mercado, será trazer para a negociação pequenos e médios frigoríficos, que tendem a ser menos pressionados e visados que os grandes frigoríficos.

Fonte: jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    A verdade é que o controle pelo MP da real implantação do que foi definido em um TAC é sempre complexo. Exigiria uma estrutura de fiscalização muito maior. Um caminho é o próprio setor criar um mecanismo de auto-regulamentação. Ainda que seja dificil incorporar de imediato todos os agentes econômicos a pressão da sociedade fará com que gradualmente a adesão aumente.

  2. mauro terracini disse:

    ´

      é de cortar coração ver o pobre JBS lutando pela ecologia e o bem estar dos pecuaristas e dos brasileiros. Horror dos horrores comprar bois de reservas indigenas

    ou tocadas pelo trabalho escravo

    Longe de mim sonhar que o JBS quer simplesmente eliminar os pequenos frigorificos

    que pagam um pouco mais para continuar o seu quase total monopolio ditando os preços que  bem quiser.Afinal para que aceitar somente 99% do mercado quando se pode chegar a 100% e ainda mais com a imagem de empresa politicamente correta tema de suas campanhas publicitarias

    Muito obrigado JBS por defender indios,trabalhadores florestas e o codigo florestal visando exclusivamente o bem do Brasil

  3. Renan Aires de Alencar disse:

    Um atravessador e o sistema cai por baixo…

  4. Antonio Silvio Abeid Moura ( Silvio Moura ) disse:

    Sabe, eu fico me perguntando sobre essa conversa de trabalho escravo: será que isso existe mesmo? Nessa quantidade? Ou será que alguns, aqui em São Paulo, atrás de seus lap tops, ao virem um fulano com uma foice na mão cortando cana já classificam de trabalho escravo? Enfim, o Brasil é muito grande, vai saber!

  5. Ciro Fernando Assis Siqueira disse:

    É a desantropização da Amazônia. Depois que o Estado brasileiro derramou dinheiro para que brasileiro do sul viessem fazer pecuária na Amazônia um bando de meninos, mal saídos dos cueiros do Ministério Público, a partir de uma abordagem absolutamente aistórica, quer tratar todos como canalhas criminosos.

    A Amazônia deveria se separar do Brasil.

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