Segundo reportagem de Daniele Gonçalves, publicada hoje na Gazeta Mercantil, a oferta de boi gordo deve aumentar em torno de 20% nas praças paulistas a partir da semana que vem, e o mercado seguirá mais ajustado em relação ao Mato Grosso do Sul, com a queda de R$ 2 no preço da arroba da commoditie nos Estados de Goiás e Minas Gerais, e de R$ 1,50 em São Paulo. A expectativa de uma maior paridade entre os mercados, com a liberação da chamada zona tampão como área livre de aftosa com vacinação para os circuitos pecuários Leste (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e parte de Minas Gerais), além de Tocantins e Mato Grosso do Sul, de acordo com Edivar Vilela Queiroz, presidente do Sindicato da Indústria do Frio (Sindfrio), que congrega 38 frigoríficos.
Queiroz estima que o trânsito livre entre os estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul comece a vigorar entre os dias 22 e 24 deste mês. Hoje, a arroba do boi gordo é negociada, a prazo, por R$ 40 em São Paulo, entre R$ 36 e R$ 36,50 no Mato Grosso do Sul, R$ 38,50 em Minas Gerais e R$ 37,50, em Goiás.
Uma retomada nas encomendas de carne brasileira para a Europa já vem sendo verificada pelos frigoríficos, que estão apostando no selo (BSE Free, ou livre da encefalopatia bovina) criado pela associação que congrega o setor, a Abiec, para incutir confiança nos mercados consumidores assustados com os episódios da doença da vaca louca nos países europeus. Segundo Rosa Maria Mondelli Leonardo, assessora de Exportação do Frigorífico Mondelli, de Bauru, além do Mercado Comum Europeu, a carne brasileira poderá conquistar os mercados do Oriente Médio, tradicionalmente abastecimento pelos exportadores europeus.
Com experiência de 12 anos em exportações, o Mondelli acredita que a retração verificada nos últimos meses não foi muito superior à normalmente esperada para o período de final de ano. “Toda a carne encomendada para dezembro deve ser entregue até o dia 10, e em seguida há naturalmente uma queda até 6 de janeiro”, diz Rosa Maria, que já começa a receber pedidos da Holanda, Itália e Ilhas Canárias, e espera manter na faixa dos 25% da produção do frigorífico as vendas externas de carne in natura para este ano.
Por Daniele Gonçalves, para Gazeta Mercantil, 16/01/01