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Sisbov: alteração anunciada pelo Mapa não resolve problema de pecuaristas

Os pecuaristas estão enfrentando dificuldades para atender as exigências do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), o que pode até mesmo comprometer as exportações brasileiras de carne bovina.

Conforme conclusão tomada durante reunião realizada ontem entre integrantes do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para solucionar o problema é preciso ampliar os prazos exigidos para a aplicação de novas exigências do Sisbov e rediscutir o cronograma de implantação do sistema. As sugestões constam em documento que foi entregue ao secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maçao Tadano e à coordenadora do Sisbov, Denise Euclydes Mariano da Costa.

“Se os gargalos existentes não forem resolvidos, como a falta de brincos e os problemas no banco de dados, pode faltar animais para exportação”, disse o presidente do Fórum de Pecuária de Corte, Antenor Nogueira.

O Mapa anunciou decisão de conceder tolerância de 60 dias para os produtores rurais que até anteontem haviam solicitado registro para a colocação dos brincos. “Era uma medida necessária, pois os fornecedores não estão dando conta de fabricar os brincos, mas essa é uma decisão apenas paliativa, que não resolve os problemas que estão ocorrendo”, disse o representante da CNA.

Além da falta de brincos, os pecuaristas enfrentam outras dificuldades para cumprir as exigências do Sisbov. “As agências de defesa estaduais ainda não estão estruturadas, as empresas certificadoras não estão conseguindo atender o setor e até o banco de dados do Sisbov não está devidamente preparado”, detalhou Nogueira.

Os problemas se devem ao aumento do fluxo de animais que estão sendo registrados no Sisbov. No início do ano, cerca de 15 mil animais eram inscritos no sistema por dia. Atualmente, são 100 mil animais por dia. Na prática, esse crescimento tornou o registro mais lento. No início do ano o cadastro de um animal no sistema demorava um dia e atualmente é preciso até dez dias, disse Nogueira.

“É preciso prorrogar os prazos estabelecidos nas Instruções Normativas 21 e 88, que tratam do Sisbov, para ter tempo de discutir os problemas”, disse Nogueira. A preocupação dos pecuaristas tornou-se ainda mais forte porque a partir de junho será exigido que os animais sejam inscritos no Sisbov por pelo menos 90 dias antes do abate. Até agora, o prazo era de 40 dias.

Fonte: CNA, adaptado por Equipe BeefPoint

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