O Ministério da Agricultura pede uma ação conjunta dos três estados do Sul no plano de defesa contra a febre aftosa, segundo reportagem de Marcelo Flach, publicada hoje na Gazeta Mercantil. Há perigo de proliferação do vírus porque foram registrados, recentemente, focos da doença em bovinos na Argentina. A medida foi anunciada ontem em Porto Alegre pelo secretário de defesa agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, durante reunião com secretários da agricultura do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O trabalho em parceria deve envolver a ampliação da vigilância na fronteira.
No encontro houve consenso de que a aplicação de vacinas não deve ser retomada, para evitar retrocesso na condição de área livre de aftosa. A decisão difere da opinião de produtores de bovinos de corte no Rio Grande do Sul. À tarde, no encontro com Oliveira na Federação da Agricultura (Farsul), pecuaristas lembraram que a qualidade genética dos bovinos não pode correr risco de ser prejudicada se houver o ingresso da aftosa.
Mas as discussões não terminaram aí. Nova reunião entre os secretários e técnicos do Ministério da Agricultura foi marcada para a próxima quinta-feira, em Florianópolis. Cada estado deverá apresentar suas necessidades para reforçar o controle na fronteira. Se for pedida a presença das Forças Armadas, Oliveira afirmou que o ministério somente pode encaminhar o pedido.
O secretário da agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffmann, disse que saiu insatisfeito da reunião. ‘A situação mais difícil é a nossa porque temos a maior fronteira e o maior rebanho da região, com 13 milhões de cabeças.’ Ele disse que o estado precisaria de R$ 39,6 milhões para combater o vírus, recursos que seriam destinados para a informatização das inspetorias e a formação de fundo de sanidade.
(Por Marcelo Flach, para Gazeta Mercantil, 08/03/01)