Técnicos do mercado pecuário de Goiás divergem quanto às causas que explicam o comportamento do preço médio da arroba do boi pago ao produtor, que vem sofrendo lenta queda nas últimas semanas. Entre os motivos, a desova do estoque de boi em pé, que muitos pecuaristas já começam a fazer (dado o início da seca), é o único ponto de convergência. O preço caiu de R$ 41 para R$ 39 na semana passada, com previsões de atingir R$ 38 até a próxima sexta. Ontem, de acordo com a Bolsa de Mercadorias de Goiás, a arroba estava cotada em R$ 38,50.
Para o assessor da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Higino Felipe de Carvalho, a queda é um fato isolado e momentâneo. Ele acredita que os preços devem voltar a subir, e inclusive ultrapassar o teto de R$ 41 atingido este ano, assim que o governo brasileiro deixar claro que a aftosa é um fato restrito ao Rio Grande do Sul.
O gerente de compra de gado do Frigorífico Friboi, Marcos Alberto Rodrigues Gonçalves, não compartilha da mesma opinião, e espera uma queda ainda maior de preços. Na última sexta, o abate no Friboi caiu de 1,1 mil cabeças/dia para 800 reses abatidas. Seu frigorífico está pagando pela arroba R$ 38 com 30 dias, a descontar o Fundo Rural (Funrural), contra os R$ 40 pagos no final de abril. Para Gonçalves, a queda nos preços está relacionada ao desaquecimento do mercado interno.
Na opinião do chefe de compras do Frigorífico Bertin, de Goiás, Flávio Cunha, o bloqueio à carne brasileira mexeu com o mercado. O abate diário do frigorífico foi reduzido de 900 para 500 cabeças ao dia, e o preço pago ao criador pelo Bertin é o mais baixo em quatro semanas, chegando a R$ 37 pelo boi inteiro e R$ 38 pelo capão, com 30 dias a descontar o Fundo Rural.
fonte: Gazeta Mercantil (por Adalberto Araújo), adaptado por Equipe BeefPoint