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Transformando discurso em ações efetivas

Em um comentário anterior, abordamos o problema relacionado à competência e responsabilidade daqueles encarregados da divulgação da carne brasileira nos mais diferentes mercados. Hoje vamos abordar aspectos relacionados à erradicação de doenças do rebanho bovino.

Em um comentário anterior, abordamos o problema relacionado à competência e responsabilidade daqueles encarregados da divulgação da carne brasileira nos mais diferentes mercados. Hoje vamos abordar aspectos relacionados à erradicação de doenças do rebanho bovino.

O primeiro aspecto a ser considerado está relacionado à importante, mas não a única razão, que a erradicação de doenças do rebanho bovino deve merecer que é a relacionada à eliminação de possíveis novas barreiras sanitárias para exportação. Pelo menos duas outras razões, no mínimo tão importantes como a citada anteriormente, devem sempre fazer parte de notícias, atitutes e ações relacionadas a campanhas de erradicação e ou controle efetivo de doenças, que são: a segurança alimentar do consumidor nacional, que foi, é, e será sempre o principal cliente da cadeia produtiva de carne bovina; e a redução de custos de produção (diretos e indiretos), que tornarão os nossos produtores e a nossa carne bovina mais competitiva.

Um segundo aspecto é o relacionado a disputas entre autoridades e lideranças da cadeia produtiva que está acontecendo no Estado de São Paulo (notícia no Giro do Boi de 24/07/00). A Fundepec foi criada em São Paulo visando o desenvolvimento da pecuária de corte do estado atuando inicialmente ou primordialmente no combate à febre aftosa. Os recursos orçamentários provem de uma taxa que incide sobre a cadeia produtiva da carne. O sucesso da Fundepec paulista tem sido tão grande que outras Fundepec´s foram criadas em outros estados. Como é gratificante ver que às vezes bons exemplos são seguidos. Entretanto, o que não pode ser seguido é o mau exemplo dessa disputa pública entre a Fundepec e a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Os atuais, Secretário da Agricultura e Presidente da Fundepec, são lideranças bem conhecidas com participação efetiva tanto no combate à febre aftosa como na defesa e promoção da cadeia produtiva da carne bovina. Tanto eles como seus assessores têm competência para resolver os conflitos de interesses em benefício da cadeia produtiva da carne bovina. Sempre tem uma solução mais adequada do que disputas públicas estéreis. Basta para isso humildade e espírito público e lançar mão de intermediações quando um acordo parece difícil.

O terceiro e último aspecto a ser considerado nesse comentário trata de duas notícias também incluídas no Giro do Boi. Em uma das notícias, o Ministro da Agricultura anuncia uma nova campanha de defesa sanitária com início em setembro, dizendo que “desta vez, o foco não será apenas a febre aftosa, incluindo o combate de outras três doenças: tuberculose, brucelose e idatodose (que afeta ovinos)” e apostando que “em quatro ou cinco anos, o Brasil será o maior fornecedor de carne do mundo”. O Ministro só deve receber elogios e apoios para continuar atuando e transformando em ações concretas esses planos e campanhas indispensáveis para o crescimento da cadeia da carne bovina no Brasil. A outra notícia se refere à paralisação do programa de combate à febre aftosa no País desde o início de julho, por conta das restrições impostas pela legislação eleitoral para a transferência de recursos da União aos Estados. Essa é a hora, não só das lideranças como de todos os componentes da cadeia produtiva da carne bovina fazerem “lobby”, no sentido positivo, junto a todas autoridades e instâncias, mostrando enfaticamente os prejuízos não só econômicos e não só à cadeia, mas de credibilidade tanto em nível nacional como internacional, que essa legislação inflexível ou interpretada como tal causará. O Ministro da Agricultura precisa desse envolvimento da cadeia dando provas de seu irrestrito suporte para que ele possa ganhar a aposta, que sem dúvida trará mais benefícios ao Brasil e como consequência aos componentes das cadeias produtivas de carnes, do que a ele próprio.

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