O Parlamento Europeu aprovou ontem uma lei que define metas para restaurar ecossistemas do continente, apesar da forte resistência de fazendeiros europeus que realizaram uma série de protestos em diversos países do bloco contra os planos ambientais da União Europeia (UE).
A nova lei é um pilar fundamental do chamado Pacto Ecológico Europeu e estabelece uma meta para a UE restaurar pelo menos 20% de sua terra e mar até o final da década. A regra também deve abranger até 2025 todos os ecossistemas que necessitam de restauração no continente.
“Hoje é um dia importante para a Europa, à medida que passamos a proteger e conservar a natureza para restaurá-la”, disse César Luena, um parlamentar espanhol que liderou as negociações sobre a proposta.
Segundo o comissário europeu para o Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius, a lei não se trata apenas sobre restaurar a natureza para benefício próprio, mas sobre garantir um ambiente habitável para as atuais e futuras gerações.
A votação teve forte oposição do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita e maior grupo do Parlamento, e dos parlamentares de extrema-direita. Eles foram contra a medida, argumentando que impunha um ônus muito grande aos agricultores locais.
“Não queremos novas e mais formas de burocracia e obrigações de relatórios para os agricultores. Deixem os fazendeiros cultivarem”, afirmou Siegfried Muresan, parlamentar romeno do PPE, antes da votação.
A UE vem recuando em várias políticas para proteger o meio ambiente à medida que os protestos de fazendeiros se espalharam por diversos países da Europa. No início da semana, os manifestantes chegaram a entrar em confronto com a polícia nos bloqueios feitos em Bruxelas, onde ministros da Agricultura estavam reunidos.
Fonte: Globo Rural.