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Um olhar mais atento sobre o que pode ser rotulado como “natural”

Do ponto de vista da ciência alimentar, é difícil determinar se um produto de carne é considerado “natural”, uma vez que foi processado de várias formas. A Food and Drug Administration (FDA) não desenvolveu uma definição para o uso do termo natural ou seus derivados, embora o Serviço de Comercialização Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não tenha se oposto ao uso do termo se o produto de carne declarou não conter ingredientes artificiais e for minimamente processado.

Aqui está um olhar mais atento sobre o que é considerado “natural”. O conceito “natural” no mercado de carne bovina evoluiu nos Estados Unidos e continua ganhando popularidade. Devido às recentes preocupações sobre a adequação dos controles de programas e reivindicações de raça, os requisitos de verificação são rigorosamente regulados.

A definição de “natural” nos dias de hoje está aberta a debate, mas de acordo com o Serviço de Segurança e Inspeção de Alimentos (FSIS) do USDA, a maioria das empresas de carne natural excedeu os requisitos definidos pela definição do USDA de “natural” e incorporou outras dimensões relacionadas com saúde, nutrição, meio-ambiente e bem-estar animal.

De acordo com o manual de rotulagem e política do USDA, o termo “natural” pode ser usado na rotulagem para produtos de carne e produtos avícolas, desde que o requerente de tal rotulagem demonstre que:

O produto não contém qualquer aroma ou aromatizante artificial, corante ou conservante químico (conforme definido em 21 CFR 101.22), ou qualquer outro ingrediente artificial ou sintético; e (2) o produto e seus ingredientes não sejam mais do que minimamente processados. O processamento mínimo pode incluir: (a) os processos tradicionais utilizados para tornar os alimentos comestíveis ou para preservá-los ou torná-los seguros para o consumo humano, por exemplo, defumar, assar, congelar, secar e fermentar; ou (b) os processos físicos que não alteram fundamentalmente o produto cru e/ou que apenas separam um alimento inteiro intacto em partes componentes, por exemplo, moendo carne, separando ovos em albumina e gema e pressionando frutas para produzir sucos.

A definição acima é ampla, e a forma como as empresas alinham seus programas de marketing à definição “natural” varia nos Estados Unidos. Ao contrário da carne orgânica ou produzida a pasto, não existem padrões reconhecidos para definir a carne bovina totalmente natural. Para um rótulo “natural” ser colocado em um corte de carne no supermercado, o USDA exige apenas que ele atenda a essa simples declaração.

Essencialmente, se carne não tem qualquer ingrediente adicionado como um marinado ou solução salina, pode ser legalmente chamada de carne “natural”. Isso pode ser legal, mas muitos consumidores associam o termo ao gado que não recebeu antibióticos ou hormônios de crescimento e beta-agonistas, assim como aqueles que foram alimentados com uma dieta vegetariana. O termo comercial enganoso também confunde os operadores de gado.

A definição não considera a forma como os animais foram criados e alimentados. Alguns dizem que, uma vez que isso é verdade para toda a carne fresca, este rótulo é geralmente sem sentido no varejo. No entanto, inúmeras empresas, sejam produtoras de carne bovina ou varejistas, ultrapassaram esse conceito e acrescentaram outros componentes às suas propostas de valor. Muitos começaram a participar ativamente na comunicação aos consumidores o que “natural” significa para o seu produto. Sua reputação, especialmente no caso dos supermercados, está agora por trás desses programas.

Os comerciantes vêm aplicando o termo “natural” para rótulos de carne bovina com base em como os animais foram criados. Em janeiro de 2009 o USDA publicou um padrão voluntário para o gado “naturalmente criado” que permite a verificação por terceiros dessas reivindicações.

Carne com uma reivindicação “naturalmente criado” do Serviço de Comercialização Agrícola do USDA (AMS) provém de bovinos que nunca receberam promotores de crescimento ou hormônios suplementares, nunca receberam antibióticos e não foram alimentados com subprodutos animais.

A história recente mostrou que a emergência de surtos de E. coli, salmonelas, listeria, encefalopatia espongiforme bovina (EEB) e febre aftosa abriu a porta para outra oportunidade de comercialização para produtores e processadores de carne: carne limpa e segura.

O mercado de carne “natural” nos Estados Unidos passou por grandes mudanças que redefinirão o futuro da indústria. Segurança alimentar, saúde, estilos de vida e valores das novas gerações são as forças motrizes por trás dessas mudanças. Preocupações sobre E. coli e o uso de antibióticos e hormônios de crescimento aumentaram na população americana. Hoje é cada vez mais frequente que os restaurantes baseiem todo o seu cardápio em carne de animais criados sem o uso de hormônios.

Os principais produtores de carne e pecuaristas de hoje percebem que a expectativa do consumidor é a transparência em toda a indústria e estão prestando muita atenção às reivindicações de produtos como “natural” e “orgânico”. Rastreabilidade total, monitorando o manejo animal durante todo o processo e a segurança alimentar na produção, incluindo a verificação de que todos os requisitos do USDA são atendidos, serão os padrões em que a liderança do setor bovino se concentrará.

Por Jan Yoakum, profissional da indústria de carnes, para o MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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