Uruguai busca desenvolvimento do mercado futuro

A Associação Rural do Uruguai (ARU) está muito interessada em pôr em marcha o Mercado Futuro de Novilhos. Esse já tinha sido colocado em atividade em 1993, mas deixou de funcionar poucos meses depois porque a indústria frigorífica não demonstrou muito interesse, já que as empresas preferem ir comprando gado durante a safra, a fazê-lo previamente.

O presidente da Bolsa de Valores de Montevidéu, Angel Urraburu, disse que o esboço do projeto com o regulamento sobre o Mercado Futuro de Novilhos foi apresentado há quatro meses ao Banco Central do Uruguai, mas não houve novidades.

Urraburu sempre foi um forte impulsionador dessa iniciativa e destacou que “a resistência dos frigoríficos existia quando se instalou o outro mercado de novilhos no começo dos anos 90. A ideia que temos é que, uma vez que esteja aprovado o regulamento pelo Banco Central do Uruguai, nos reuniremos com a indústria de carnes para ver quais outras propostas tem para melhorar o projeto”.

Para o presidente da Associação Rural do Uruguai, Manuel Lussich, o mercado futuro outorgaria “maior previsibilidade que o atual, porque a cadeia de carnes, para funcionar, tem que contar com certa previsibilidade nos preços”. Segundo ele, a cadeia de carnes tem “elos mais fortes” que outros e o mercado futuro ajudaria os produtores a melhorar o preço de seus animais.

No entanto, para a Associação de Consignatários de Gado, contar com o Mercado Futuro de Novilhos não seria uma grande solução, já que, sem o apoio dos frigoríficos, a ideia não tem grandes chances de progredir.

Trata-se de um mercado virtual e, segundo algumas versões do setor, pode chegar a desvirtuar o preço do momento, especulando que mais adiante poderia valer mais.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.