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Uruguai: diminui poder de compra dos produtores

As empresas pecuárias do Uruguai tiveram maior produtividade e melhoraram seus lucros, mas apesar disso, seu poder de compra caiu devido ao enfraquecimento do dólar, segundo mostrou o Monitoramento do Plano Agropecuário do país.

As empresas pecuárias do Uruguai tiveram maior produtividade e melhoraram seus lucros, mas apesar disso, seu poder de compra caiu devido ao enfraquecimento do dólar, segundo mostrou o Monitoramento do Plano Agropecuário do país.

O levantamento envolveu cerca de 100 estabelecimentos. O exercício, que terminou em junho, revelou que foi um ano com aumentos na produtividade com relação a 2007, tanto para os criadores, como para os estabelecimentos que fazem ciclo completo, com os produtores obtendo melhores preços por seus produtos, mas com custos maiores, que nos últimos cinco anos chegaram a triplicar.

As empresas de ciclo completo produziram 100 quilos de carne bovina por hectare (subiu 5% a produção), com custos de US$ 70 por hectare (32% mais altos que em 2007) e com preços de venda de seus bovinos que chegaram a US$ 1,16 por quilo e que representam 26% a mais que no ano passado. O custo unitário por quilo de carne chegou a US$ 0,59/kg. “O lucro líquido, que é o resultado final que ficou com o produtor depois de pagar todos os custos, foi de US$ 35 – 16% a mais por hectare”, disse o técnico do Instituto Plano Agropecuário, Carlos Molina.

No caso das empresas criadoras, a produtividade chegou a 77 quilos de carne bovina por hectare (3% a mais que em 2007), venderam seus bovinos a um preço de US$ 1,07 por quilo (9% a mais) e tiveram custos de US$ 78 por hectare (24% a mais).

Neste marco, o custo unitário por quilo de carne foi de US$ 0,64, que é 14% superior ao registrado no ano passado. Estes pecuaristas tiveram um lucro líquido de US$ 22 por hectare, que representou 19% a mais que no ano passado.

O monitoramento mostrou que os estabelecimentos criadores tiveram lucro líquido 11% superior ao obtido antes, mas “com os dólares obtidos tiveram menor poder de compra”, disse Molina. A tendência de aumento dos custos e de produtividade vem sendo registrada há várias décadas, com o melhor resultado econômico obtido no exercício de 2003/04. No entanto, a partir de 2005/06 a tendência de aumento dos custos e perda de competitividade por culpa do dólar começou a se acentuar.

“O exercício fechou melhor, mas o cenário de complexidade e incertezas está presente hoje”, disse Molina, recordando as mudanças ocorridas nestes dias.

A reportagem é do El País, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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