Leandro Macedo Laureano: os produtores devem tratar a pecuária com uma visão empresarial
27 de maio de 2013
Vislumbrar o futuro em 2020 (Glimpse the Future in 2020) – Alltech
28 de maio de 2013

Oferta de boi gordo deve ter vácuo em julho

No mercado futuro, os contratos com vencimento em julho fecharam a R$ 99,40 na BM&FBovespa na sexta-feira (24/05). Trata-se de um "ágio" de 1,9% sobre os contratos de maio, negociados a R$ 97,50.

Os principais indicadores apontam para um “vácuo” na oferta de boi gordo em julho, segundo a analista da corretora FCStone, Lygia Pimentel. No mercado futuro, os contratos com vencimento em julho fecharam a R$ 99,40 na BM&FBovespa na sexta-feira (24/05). Trata-se de um “ágio” de 1,9% sobre os contratos de maio, negociados a R$ 97,50. No caso do boi, essa é uma alta significativa, conforme a analista.

“Acredita-se que vai haver um vácuo de oferta considerável em julho. O boi de confinamento não vai estar pronto e não vai ter boi de pasto”, disse Pimentel. Essa avaliação é compartilhada por Daniel Latorraca, analista do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com ele, o primeiro giro de confinamento em Mato Grosso, que abriga o maior rebanho bovino do país, foi “praticamente cancelado em todo o Estado”.

A criação de gado nos confinamentos é dividida em duas etapas, conhecidas como “giros”. O primeiro acontece de abril a julho, e o segundo vai de agosto a novembro. O primeiro giro vazio em Mato Grosso tende a limitar a oferta de gado da primeira metade da entressafra. Além disso, com a pior qualidade das pastagens, a oferta de boi também diminui, segundo Latorraca.

Em Mato Grosso, a oferta de gado de confinamentos ficará quase toda concentrada no segundo giro. Conforme o mais recente levantamento de intenção de confinamento do Imea, os pecuaristas do Estado planejam engordar 809 mil animais no cocho, a esmagadora maioria no segundo giro, afirma Latorraca.

O baixo interesse pelo primeiro giro, diz o analista, é um resquício dos problemas de 2012. “Há uma cautela generalizada no mercado, uma vez que no ano passado, no mesmo período, tinhamos o mesmo cenário”, afirma, referindo-se à perspectiva de queda dos preços do milho, que torna mais barata a ração animal e incentiva o confinamento. “O trauma do pecuarista é recente. Quem perdeu dinheiro no ano passado, lembra-se bem”.

Leia mais sobre o assunto na coluna de Rodrigo Albuquerque dessa semana.

NOTÍCIAS DO FRONT – “Mercado míope” – Rodrigo Albuquerque

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.