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Ainda permanece a disputa entre produtores e Ministério da Agricultura

No comentário do dia 30/06 próximo passado, abordadando a problemática do estabelecimento de zonas tampão e de zonas de diferentes níveis de risco, foi dito que "Pelo menos três medidas básicas deveriam ter sido tomadas pelas autoridades públicas, estaduais e federais, em conjunto com os agentes privados da cadeia.

No comentário do dia 30/06 próximo passado, abordadando a problemática do estabelecimento de zonas tampão e de zonas de diferentes níveis de risco, foi dito que “Pelo menos três medidas básicas deveriam ter sido tomadas pelas autoridades públicas, estaduais e federais, em conjunto com os agentes privados da cadeia. A primeira, seria a de providenciar infraestrura e de desencadear os exames sorológicos rapidamente. Precisou-se de decisões judiciais para que os exames começassem a ser feitos às pressas. Nessas condições fica difícil um planejamento racional e eficiente para a condução dos mesmos. A segunda, seria a de preparar, através de estímulos, o setor de abate das regiões tampões, para a desossa adequada para envio da carne para as regiões de consumo. A terceira, seria a de estabelecer mecanismos de compensação para os produtores das regiões de risco, tendo por base a depreciação de seus produtos, tanto animais de reposição como animais para abate, em virtude das normas estabelecidas”. Foi dito ainda que “Esses tipos de medidas devem ser tomadas rapidamente visando proteger os interesses de setores produtivos fundamentais para a economia regional e consequentemente nacional. Quando não se pensa e não se age com antecedência, planejamento, seriedade e rapidez para preservar os interesses da maioria (produtores, consumidores), alguns poucos acabam levando vantagens muito grandes, o que deve ser evitado a todo custo para que seja mantido tanto o respeito com uma competição leal entre os agentes da cadeia”.

O que tem acontecido durante esse período? Aparentemente tem predominado principalmente disputas estéreis. De um lado, os produtores com suas razões pleiteando ações do governo para resolver os seus problemas de comercialização. De outro lado o governo sem ações efetivas para atenuar os problemas dos produtores. Como seria de se esperar, mais ações na justiça para exigir do governo o cumprimento das promessas de execução de testes sorológicos e de outras providências para liberação de animais para comercialização. Para completar, alguns ameaçando desobediência civil, isto é, conclamando a comercialização dos animais das zonas tampão sem obedecer as normas estabelecidas. Criticam com razão, na nossa opinião, a estratégia do MST para invasão de propriedades, mas ameaçam imitar essa estratégia para defender seus interesses e direitos. Não tem dúvida que é uma atitude equivocada e que com certeza não terá respaldo do setor produtivo. Não temos dúvida que toda essa confusão é devida à falta de percepção, planejamento, tomada de decisões e ações por parte de todos os envolvidos. As lideranças da cadeia da carne precisam aprender a agir com antecedência, prevendo as consequências e tomando as devidas providências, não deixando para se manifestar quando os problemas que poderiam ter sido antecipados já estejam ocorrendo. É preciso tomar decisões e executá-las rapidamente e inteligentemente. Temos que eliminar da nossa cultura o “deixa como está para ver o que acontece”.

Não seria justo terminar esse comentário sem reconhecer os esforços daqueles que têm colocado em prática ações para ajudar a atenuar os problemas de comercializão de animais das zonas tampão. É o caso de uma notícia da imprensa colocada ontem no giro do boi. O entendimento entre os governos dos Estados o Mato Grosso e do Pará, com a participação efetiva de frigoríficos é um exemplo de como os problemas poderiam ser atenuados se decisões desse tipo e de outros tipos tivessem sido consideradas e efetivadas em tempo hábil.

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