A Argentina iniciou ontem o boicote à entrada de mercadorias provenientes da União Européia (UE), com exceção de medicamentos. A ação é impulsionada pela Sociedade Rural Argentina (SRA), com o apoio da Unión del Personal Civil de la Nación (UPCN) e do Sindicato Único del Personal de Aduanas de la República Argentina (Supara).
O boicote, segundo informou a SRA, acontece “em defesa dos interesses nacionais e das fontes de trabalho”, e surgiu em resposta “às medidas arbitrariamente tomadas pela UE contra as carnes argentinas”. O boicote estende-se a todos os países da UE, com exceção da Alemanha, devido ao fato desse país ter flexibilizado sua posição junto à Argentina, permitindo a entrada de carnes do país.
O início de tudo se deu quando a Argentina reconheceu oficialmente, no mês passado, a presença do vírus da febre aftosa em seus rebanhos bovinos. Nesse momento, os países da UE censuraram a Argentina “por não ter informado de forma clara” a situação, suspendendo, então, as importações do produto.
A SRA considera essa medida uma barreira não tarifária, já que a Europa comprava carne argentina, mesmo quando o país ainda não era declarado como livre da enfermidade com vacinação. Segundo o presidente da SRA, Enrique Crotto, o boicote permanecerá em vigor até que a Europa decida voltar a importar carne argentina.
A expectativa é de que, até o final do mês, uma delegação de cientistas europeus visite a Argentina para verificar o alcance do plano de erradicação da aftosa anunciado na semana passada pelo presidente da Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Bernardo Cané.
Cané continuará fazendo suas visitas a outros países, como fez no Uruguai, no Brasil e no Paraguai, para informar sobre o plano de erradicação da aftosa. Hoje, Cané tem um encontro com técnicos do serviço veterinário e funcionários da área agrícola do Chile. Cané pretende também viajar para Bruxelas, na Bélgica, para falar com membros do Comitê Veterinário permanente da UE. Em seguida, visitará Israel, Rússia e Estados Unidos.
fonte: E-campo, por Equipe BeefPoint