O governador Olívio Dutra enviou ontem uma correspondência ao presidente Fernando Henrique Cardoso, solicitando que a Presidência da República peça ao governo argentino informações oficiais urgentes sobre os tipos de vírus da febre aftosa que estão afetando o rebanho naquele país. O governador também reafirmou a necessidade da presença de representantes brasileiros nas reuniões da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que terminam na sexta-feira, em Paris, para informar sobre o encerramento do caso Jóia e solicitar que o Estado volte a ser considerado livre de aftosa com vacinação.
O Governo do Estado quer ainda que o Ministério da Agricultura defenda junto à OIE a realização de estudos visando a modificação do Código Zoossanitário para que a organização passe a aceitar a vacinação preventiva.
Segundo o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, a carta deve servir como instrumento para sensibilizar o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, para que ele receba o Governo do Estado e demais entidades que apóiam a vacinação preventiva. Ele comentou que a expectativa de todo o setor de carnes gaúcho era que o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos Oliveira, estivesse presente à reunião da OIE.
`Ele diz que não pode participar porque a reunião trata só de assuntos da União Européia, mas o Ministério tinha que ao menos pleitear que o assunto fosse incluído na pauta`, argumenta Hoffmann. Ele afirmou que o Rio Grande do Sul tem condições de voltar a vacinar sem que aconteça um isolamento econômico. `O Parlamento Europeu aconselhou na semana passada a vacinação em áreas-tampão próximas às zonas infectadas, como é o caso do Rio Grande do Sul`. Para ele, desta forma o Estado não perderia a condição de livre de aftosa. `O que não pode acontecer é esperar um novo foco para voltar a vacinar`.
Luiz Carlos Oliveira disse que se houver um novo foco de aftosa se retomará o rifle sanitário, para que o Estado possa continuar pleiteando a condição de livre de aftosa sem vacinação. E que para que o Circuito Pecuário Sul volte a vacinar não basta que Santa Catarina concorde com a decisão, mas que todos os outros estados a aceitem.
Hoffmann alega que no momento não é apenas a sanidade dos rebanhos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que suspenderam a vacinação há cerca de um ano, que está ameaçada pela proximidade do vírus, mas de todos os demais Estados, porque não se sabe se a vacina produzida no Brasil garante imunidade ao vírus existente na Argentina.
A Secretaria da Agricultura recebeu ontem a informação da existência de um novo foco da doença na Argentina, na província de Santiago del Estero. O foco está localizado na localidade de El Bobadal, a 240 quilômetros de distância da capital da província, de acordo com informações divulgadas pelo jornal El Diario.
fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint