O Brasil continua a levar vantagem com a crise que assola a pecuária européia, por causa da doença da vaca louca e da aftosa. Os preços continuam em escala crescente, e a previsão do setor é otimista para todo o mês de abril e para maio, como informa o responsável técnico pela Associação Goiana dos Produtores de Novilho Precoce, Carlos Alessandro Cruvinel Borges.
A arroba do boi gordo, que estava em cerca de R$ 36,00 em fevereiro, chegou agora a R$ 38,00/R$ 39,00. A expectativa dos criadores é que nas próximas semanas chegue a R$ 40,00 e, até o final de maio, já poderá estar valendo R$ 41,00 no mercado atacadista.
Para o médico veterinário Higino Felipe de Carvalho, assessor técnico do Setor de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), é preciso que o País esteja em condições de atender, e bem, à demanda. O assessor técnico da Faeg chama atenção para o que considera o principal ponto de estrangulamento da cadeia da carne: a má administração do setor industrial.
Higino de Carvalho destaca que o Brasil está mais apto a produzir carne bovina de acordo com as exigências atuais do mercado, mas os países da Europa Ocidental, tradicionais importadores, tornaram-se auto-suficientes, graças à produção intensiva, e jogaram os preços internacionais para baixo. Agora, com os problemas sanitários detectados em seus rebanhos, não terão condição de manter a oferta. Sobrou demanda para o Brasil não só na avançada Europa Ocidental, mas também nos países do Leste Europeu e do Oriente Médio atendidos por ela. A vantagem para a pecuária brasileira é ainda maior porque a Argentina, que poderia abocanhar parte desse mercado, está com sérios problemas, principalmente a disseminação da aftosa.
fonte: O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint