Li outro dia, numa revista especializada, a explicação para a sensação, que temos de que a vida andava mais devagar no tempo de nossos avós. Eles tinham tempo para tudo e o seu conhecimento era repassado de pai para filho.
Há 100 anos a renovação do conhecimento se dava a cada 50 anos, há cinqüenta anos, a cada 10 anos, há 10 anos, a cada 5 anos, há 5 anos, a cada ano. Hoje em dia, o conhecimento se renova a cada 3 meses. Há previsão de que os próximos anos ela ocorra todo mês.
A renovação do conhecimento transforma o ambiente, tanto interno como externo, onde as empresas estão inseridas. Para uma organização conseguir sobreviver e vencer, fica clara a necessidade de mudar.
A mudança é a única certeza estável. Lógico que apenas mudar ou simplesmente mudar por mudar, não leva nenhuma organização ao sucesso. Há de se considerar a maneira correta de efetuar as mudanças, com orientações técnicas adequadas, num ambiente favorável de mercado, tecnologia e conhecimento.
Ocorre que nós, seres humanos, somos resistentes às mudanças. Isto porque acumulamos, ao longo de nossas vidas, um grande aprendizado e inúmeras experiências pessoais, que norteiam nossas ações, formalizando uma linha de conduta. São os paradigmas, que assumem efeitos nocivos quando responsáveis por negativas de mudança, como: “isso não funciona”, “eu já tentei e não deu certo” e “em time que esta ganhando não se mexe”.
É próprio do ser humano selecionar as informações que melhor enquadrem aos seus paradigmas (regras e maneira de pensar), contrapondo-se a qualquer outra informação. Encontramos sempre argumentos que justifiquem nossos paradigmas. A isto denomina-se Efeito Paradigma.
Também é muito comum acreditarmos que só exista uma maneira correta de se fazer certas coisas, logicamente de acordo com nossos paradigmas. É a Paralisia de Paradigma.
Os paradigmas são extremamente prejudiciais à empresa pois bloqueiam a percepção criativa e inovadora do dirigente, impedindo que a empresa acompanhe as mudanças do ambiente, pondo em risco a sobrevivência.
Embora possam assumir aspectos nocivos na administração, os paradigmas têm importância na normatização e regulamentação da resolução dos problemas dentro de certos limites.
Sendo os paradigmas ao mesmo tempo importantes e prejudiciais, nada mais sensato que quebrá-los, substituindo os antigos por outros.
Assim, o ato de descartar uma tecnologia inovadora porque “não funciona” deve ser substituído pela “utilização correta dos conhecimentos disponíveis, através de orientação técnica apropriada, determinando a viabilidade econômica” desta tecnologia inovadora.