O programa Red Beef Connection, um dos mais audaciosos projetos de produção de carne bovina já idealizados no Brasil, tem como objetivo a produção de carne de altíssima qualidade e padrão internacional para atender os mais exigentes consumidores. A observação é do proprietário da Chalet Agropecuária de São Paulo, Luiz Eduardo Batalha, idealizador do programa e master franquiado do projeto Leachman Brasil de Criação de Red Angus e Red Brangus. A Leachman Cattle Company é a criadora número um de gado Red Angus nos Estados Unidos e fornecedora da genética Red Angus aos pecuaristas brasileiros participantes do Red Beef Connection.
Recentemente, Batalha esteve em Pelotas, atendendo convite da Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares (ANC), para participar da primeira reunião de diretoria da entidade, que está integrada à implantação do Sistema Integrado de Rastreabilidade de Rebanho Bovino (Sirb), idealizado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) com a participação da ANC.
O pecuarista é presidente do Núcleo Paulista de Criadores de Angus e explica que a Chalet trabalha atualmente no desenvolvimento de dois projetos. “Além do Red Beef Connection, desenvolvido já há dois anos, temos o Centro de Avaliação e Comercialização de Touros (Cact)”. Segundo Batalha, o centro foi criado como forma de democratizar o mercado brasileiro de tourinhos, para oferecer oportunidade ao pequeno e médio produtor de criar e comercializar touros de todas as raças de gado, podendo participar com um ou 200 animais. No Cact, os animais são avaliados pelo período de seis meses. “Anualmente, é realizado um grande leilão, onde o pequeno e o médio produtor podem vender e alcançar preço de mercado”. Segundo ele, o Rio Grande do Sul tem a participação maciça de criadores Angus, Brangus, Charolês, Simental e outros.
Segundo Batalha, nunca o cenário internacional esteve tão favorável à carne bovina brasileira. União Européia e Estados Unidos reduziram a sua oferta de carne e países tradicionalmente importadores como Rússia e Japão, estão buscando compradores.
“Hoje é preciso produzir de acordo com os interesses do comprador e ele quer qualidade”. Mas, não basta apresentar uma carne com boa aparência, é preciso mostrar a sua certidão de origem, ressalta. “Aí é que entra a rastreabilidade, ou seja, provar e comprovar ao consumidor a procedência do produto apresentado”.
O Red Beef Connection é o único programa que atende a todos os elos da cadeia produtiva: da genética de ponta ao bife na mesa do consumidor, diz Batalha. O programa possui rígidos controles de segurança alimentar, higiene, certificado de origem, qualidade de carne e confiabilidade, aspectos muito valorizados pelos importadores e por consumidores que querem mais do que um simples corte de carne no prato.
(Por Luciara Schneid, para Diário Popular/RS, 11/04/01)