Lideranças e produtores gaúchos aguardam uma definição do Ministério da Agricultura sobre a discussão da situação do Estado na reunião da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que começa hoje, em Bruxelas. A Secretaria da Agricultura deve apresentar aos representantes da cadeia produtiva da carne, ainda esta semana, o Plano de Vacinação Emergencial para o Rio Grande do Sul.
Caso o projeto seja aprovado pelas entidades, um mutirão será organizado para a imunização de 13 milhões de cabeças, dentro de um prazo estimado de 15 dias. Segundo o secretário José Hermeto Hoffmann, os produtores de menor renda seriam isentos do pagamento, calculado em R$ 0,65 por dose, além dos encargos dos vacinadores.
Atualmente, o Brasil dispõe de 60 milhões de doses. Quanto à justificativa do secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, de que o tipo de vacina existente no país pode não ser eficaz contra o vírus encontrado na Argentina, Hoffmann espera um posicionamento do Ministério.
O plano de ação emergencial apontará o número de pessoas necessárias, as áreas mais vulneráveis, o período de duração e o custo da operação. Para que seja colocado em prática, deve haver a garantia de que o Rio Grande do Sul não vai perder seu status sanitário (livre de aftosa com vacinação) perante à OIE, e não vai ficar isolado do resto do país. São essas questões que os representantes da cadeia produtiva da carne esperam ver discutidas a partir de hoje na reunião em Bruxelas.
Oliveira voltou a avisar que o encontro que começa hoje vai tratar apenas das questões européias, e que só poderá enviar à OIE qualquer pedido depois que houver consenso no Circuito Pecuário Sul, formado por Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Está agendada para 9 e 10 de maio uma reunião com lideranças desses Estados.
A intenção do Ministério é encaminhar à OIE o pedido de livre de aftosa sem vacinação para o Circuito Sul. O prazo para a solicitação termina em outubro, passados 12 meses do último animal abatido em Jóia (no combate aos focos de aftosa que surgiram na região). Com o pedido, é encaminhado um relatório sobre a situação sanitária do circuito, inclusive com as conclusões do episódio de Jóia.
fonte: Zero Hora/RS e Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint