O Brasil tem seis empresas no ranking global Business Benchmark on Animal Welfare (BBFAW ou, em português, o Referencial Empresarial de Bem-Estar Animal), publicado nesta semana. São elas: BRF, Aurora Alimentos, JBS, Marfrig, Minerva e Habib´s. O rankin foi lançado em 2012 e tem o apoio da Compassion in World Farming e Four Paws, e de uma coalizão de investidores que administram cerca de US$ 2,3 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões na cotação atual) em ativos.
Um total de 150 produtores de alimentos, varejistas e empresas de serviços alimentares globais, cuja receita combinada supera US$ 4,9 trilhões (R$ 25,2 trilhões), incluindo empresas como McDonalds, Tesco e Tyson Foods, foram classificados pelo BBFAW, que, este ano, introduziu critérios de avaliação mais rigorosos e um foco maior em “Impacto no Desempenho”, incluindo novas perguntas sobre como as empresas estão reconhecendo a necessidade de reduzir a dependência de alimentos de origem animal e de diversificar com o uso de proteínas alternativas.
No mundo, o ranking mostra que 95% das gigantes empresas globais do setor de alimentos reconhecem a importância do bem-estar animal e estão tratando o assunto com políticas de compromissos e governança mais clara. Poucos, no entanto, estão relatando a implementação bem-sucedida dessas ambições, com 93% recebendo as classificações mais baixas em “Impacto no Desempenho”.
O impacto de desempenho é uma avaliação dos efeitos tangíveis nas vidas dos animais de criação cultivados para a alimentação em cadeias de suprimentos corporativas. Por exemplo, o progresso em questões como o tempo que esses animais passam em transporte de carga viva ou em confinamento restrito, como gaiolas de gestação, continua decepcionantemente lento.
“Os critérios do referencial foram fortalecidos em 2024, então é encorajador que várias empresas, incluindo as três que alcançaram o status de “Nível 2”, estejam liderando pelo exemplo e mostrando que níveis elevados de progresso são possíveis”, diz Nicky Amos, diretora-executiva da BBFAW. “Por outro lado, a análise de hoje mostra que também há um longo caminho a ser percorrido para que o setor alimentício transforme conscientização e compromisso em benefícios demonstráveis para o bem-estar animal, com um grande número de animais de criação ainda sofrendo com práticas desumanas, como o confinamento restrito ou mutilações de rotina.”
Para Abigail Herron, chefe global de Política de Saúde e Natureza da Aviva Investors – um dos 32 investidores institucionais que apoiam o BBFAW – ele continua sendo um guia valioso para ajudar os investidores a analisar a qualidade da gestão de maneira sistemática e consistente em toda a indústria alimentícia global.
Mas, para apertar o passo, os critérios de avaliação do BBFAW mudaram substancialmente desde o último referencial (2021) para colocar um foco maior na promoção de mudanças significativas e na garantia de melhorias tangíveis às vidas dos animais de criação cultivados para a alimentação.
Confira os referenciais do ranking 2024 considerados bons sinais pela organização:
No entanto, muitas descobertas no referencial deste ano também mostraram o trabalho que ainda precisa ser feito pelo setor alimentício:
Fonte: Forbes.