Especialistas afirmam que a bovinocultura no Acre tem potencial para adquirir qualidade e aumentar sua fama de “oferecer uma das melhores carnes do País”, como afirma o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faea), Assuero Veronez. Hoje, a pecuária é a atividade econômica que mais gera recursos no Estado, respondendo por 60% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o equivalente a R$ 150 milhões por ano.
O pecuarista acreano tem se esforçado para produzir um produto interessado em outros mercados. “O consumidor europeu prefere carne com o ‘marmoreio’ (distribuição homogênea de gordura pela carne) e, hoje, temos a obrigação de olharmos para todos os mercados”, explica Veronez. O Acre exporta 70% da sua produção de carne para outros estados brasileiros. Vinte e cinco por cento vão para a cidade de Manaus.
Para Veronez, o cruzamento entre as raças de origem indiana (zebu) e européia (bostaurus) gerou um gado com a rusticidade necessária ao clima da região, com precocidade para o abate. A elevada qualidade do gado acreano é atribuída à técnica de criação do “boi verde”. O animal só come alimento natural, o capim. Em 40% das pastagens há o “consórcio” com leguminosas, fornecedoras da adubação orgânica.
De acordo com Judison Valentin, especialista na área de forragicultura, as leguminosas estão sendo usadas para remediar a morte de algumas pastagens do Acre. Resultados preliminares de um estudo da Embrapa indicam que há mau uso no manejo das pastagens e um elevado índice de pisoteamento (muitos animais em uma área por um longo período de tempo). O resultado final da pesquisa será divulgado no final deste ano.
fonte: Gazeta Mercantil (por Itaan Dias), adaptado por Equipe BeefPoint