Apesar de garantirem que o Brasil está livre da doença da vaca louca, as autoridades sanitárias começam a reforçar as medidas de controle, segundo informa reportagem publucada hoje no Zero Hora.
Em uma entrevista concedida ontem, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, anunciou as ações do governo para evitar que a epidemia chegue ao país.
A partir da próxima semana, fica proibida a fabricação de ração animal com farelos de carne, osso e gordura de mamíferos (eqüinos, suínos, coelhos). Em 1996, havia sido proibida a mistura de farinha de osso de bovinos, ovinos e caprinos nas rações.
A proibição estará acompanhada de novas medidas de fiscalização na fabricação de rações pelos estabelecimentos comerciais. Oliveira informou que será ampliada a rede de laboratórios que atuam na fiscalização desses produtos.
Também foi determinado que as secretarias estaduais de Agricultura e as associações de criadores façam um rastreamento completo dos bovinos importados da Alemanha e da França para reprodução nos anos 90.
Dados da Receita Federal e do Ministério da Agricultura indicam que foram comprados desses dois países 4.391 animais entre 1980 e 1994.
Oliveira revelou que o governo resolveu fazer o rastreamento porque, quando esses exemplares foram importados, a França e a Alemanha ainda eram consideradas livres da doença. As compras do Reino Unido, onde primeiro surgiu a enfermidade, foi suspensa em 1996. Em dezembro, o Brasil proibiu a importação de gado de qualquer país da União Européia que tivesse manifestação de casos da vaca louca.
Outra medida tomada foi a mudança nos testes dos animais, que serão feitos, por amostragem, mesmo sem sintomas da doença. Os diagnósticos serão realizados em material colhido nos matadouros, por exemplo, para verificar se há incidência da enfermidade.
O secretário – que esteve recentemente na Europa divulgando a carne brasileira – ressaltou que as medidas são de caráter preventivo e que não há nenhuma suspeita de que a enfermidade esteja presente no país.
Oliveira participou de uma reunião do comite científico da União Européia, em Bruxelas (Bélgica), na semana passada, na qual foi feita uma avaliação mundial sobre o controle da doença. Segundo o secretário, a entidade melhorou a classificação do Brasil, que era considerado de alto risco porque a União Européia não tinha informações corretas sobre os animais importados da Europa e sobre o tipo de alimentação usada.
Ao contrário do rebanho europeu, que é alimentado com farelos de carne e osso, considerados a causa da doença, o gado brasileiro é criado a pasto. O governo argentino também anunciou ontem medidas de controle sobre vaca louca.
fonte: Zero Hora/RS