O ministro da Agricultura do Brasil, Pratini de Moraes, decidiu vetar a compra de carne bovina argentina. Bovinos em pé, carne com osso, sêmen e embriões não poderão mais atravessar a fronteira brasileira devido ao risco de disseminação da febre aftosa. Só está liberado o comércio de carne maturada ou cozida em temperatura superior a 72 graus, produtos que são livres de contaminação pelo vírus que causa a doença.
Pratini se reuniu ontem com técnicos argentinos, entre eles Victor Machinea, presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). “A medida tem o objetivo de assegurar a qualidade da carne que chega ao consumidor, segurança para o rebanho nacional e aceitação de nossos produtos no mercado internacional”, disse. A decisão teve o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na reunião, que durou cerca de três horas, os argentinos tentaram, em vão, convencer o ministro de que o país não tinha aftosa. Pratini negou que sua decisão tenha sido uma represália pelo fato de a Argentina não ter apoiado o Brasil no caso do embargo à carne brasileira pelo Canadá. “O problema com o Canadá é questão aeronáutica”, afirmou.
A medida, anunciada ontem, só deve vigorar até que a Argentina consiga na OIE (Organização Internacional de Epizootias) uma certificação de que seu rebanho está livre da febre aftosa.
(Por Ayr Aliski, para Gazeta Mercantil, 22/02/01)