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Cientista australiano acredita que vírus da EEB já está no país

Um cientista da University of New England, em New South Wales, na Austrália, suspeita que a encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou doença da ‘vaca louca’, já está no país, introduzido por meio de produtos importados contendo carne bovina de animais doentes. “Nós podemos ter essa doença na Austrália agora”, disse John Nolan, professor da área de ciência animal da universidade. “Considerando que a doença pode demorar 10 anos para apresentar sintomas, poderemos descobrir isso tarde demais”.

O professor anunciou, na Conferência de Nutrição Animal realizada em Sydney, que a EEB pode ter passado pelas barreiras de importação australianas. Nolan disse que sabe de muitos produtos vendidos em supermercados do país que contêm substâncias provenientes de carne bovina não verificada.

De acordo com Nolan, além da carne e de produtos derivados de carne, derivados de leite, gelatina e gordura animal também deveriam receber uma inspeção severa. Até que sejam conhecidas maiores informações sobre esses riscos, Nolan solicitou a proibição desses produtos duvidosos da Ásia, já que ele acredita que esse continente também já contém a EEB, introduzida através de carne e farinha de osso. Esses alimentos foram usados para alimentar os animais antes que a carne bovina britânica fosse proibida. “Devemos ser cuidadosos com produtos bovinos originários da Ásia e de qualquer outro país”, disse ele.

A Austrália proibiu as importações de carne bovina da Inglaterra em 1996, anos depois do primeiro caso de EEB nesse país. Quando as notícias sobre a disseminação da enfermidade começaram a ser divulgadas, a Austrália expandiu sua regulamentação, proibindo carne bovina de 30 outros países da Europa.

A Australia and New Zealand Food Authority (ANZFA) pretende liberar regras de certificação dentro de poucas semanas. Embora Greg Rouche, gerente geral da entidade, tenha se recusado a comentar as afirmações feitas por Nolan, ele disse que a organização irá estudar bem esse assunto. Pela nova certificação, os países serão categorizados dependendo do nível de risco que apresentem, segundo informou Roche.

Para evitar a contaminação de carnes e produtos derivados australianos com a EEB, Roche disse que a ANFZA está conduzindo uma avaliação de risco com especialistas internacionais para melhorar o Australian and New Zealand Food Standards Code. “O grande problema é que nós não podemos testar a carne nem seus produtos derivados, temos que examinar o cérebro do animal, para detectar a doença”, disse Roche.

Nolan acredita que mais medidas tem que ser tomadas. Ele lembrou que a importação de sêmen e óvulo foi implementada no rebanho bovino australiano. Dessa forma, Nolan acha que é necessário fazer a rastreabilidade da progênie desses animais. “As vacas podem transmitir a doença aos seus filhotes e nós temos que estar cientes disso”, disse ele.

fonte: MeatingPlace (por Tina Vu), adaptado por Equipe BeefPoint

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