Margareth Haydon, cientista canadense do Ministério de Saúde do Canadá (Health Canada), foi suspensa do trabalho por duas semanas sem direito ao salário do período, pelo governo de seu país. O motivo da punição é que a cientista “ignorou seu dever de lealdade” para com a instituição. Em entrevista ao jornal “The Globe and Mail”, Haydon afirmou que o embargo canadense à carne bovina brasileira pode ter sido motivado muito mais por questões políticas do que por saúde.
Esta é sua segunda punição. Na primeira vez, em 1998, a cientista junto com outro colega, descobriu que os produtores de carne estavam usando em excesso um hormônio, destinado ao crescimento acelerado do gado, condenado em outros países. Diante da recusa de seus superiores de tomar uma providência em relação a isso, Haydon denunciou o caso em entrevista a uma rede de TV. A punição recebida naquele caso era que ela estaria proibida de falar com a imprensa. Inconformada, a cientista foi à Justiça Federal e conseguiu, em setembro do ano passado, reaver o direito de falar publicamente sobre temas de saúde pública. Ela disse que se fosse punida recorreria à Justiça Federal novamente.
(Cristiano Romero, para Valor Online, 22/02/01)