Os governos estaduais do Pará, Maranhão e Piauí estão comprometendo-se em intensificar as ações para erradicar a febre aftosa no corredor Meio Norte, principalmente na área de fiscalização do tráfego de animais. A decisão foi anunciada ontem, em São Luís, durante reunião dos secretários de Agricultura dos três estados e criadores maranhenses.
Dos três, o Pará é o mais avançado no combate à aftosa, sendo classificado como área de risco médio. Maranhão e Piauí ainda são classificados pelo Ministério da Agricultura como área de risco desconhecido. Apesar do progresso, o secretário de Agricultura do Pará, Wandenkolk Gonçalves, deixa claro que de nada adianta o seu Estado avançar, se não ocorrer o mesmo com Maranhão e Piauí.
O Maranhão já vem implantando um programa de erradicação da febre aftosa, através de campanhas de vacinação e instalação de barreiras sanitárias para o controle do tráfego. Até o final do ano, o governo vai investir R$ 3 milhões no programa. O estado pretende implantar a estrutura veterinária, fazer o cadastramento e mapeamento do rebanho, segundo o gerente adjunto de Agricultura do Maranhão, João Batista Fernandes. A implantação dos escritórios deverá ser iniciada antes do final do mês. A meta do Maranhão é atingir a classificação de zona livre até 2003 – dois anos antes do prazo dado para o Nordeste pelo Ministério da Agricultura.
Há cinco anos sem foco de febre aftosa, o Piauí iniciou o programa de erradicação da doença em 1997. Em média passam pelo território piauiense cerca de 150 carradas (com 22 animais cada) por dia de vários estados nordestinos. O Piauí já instalou barreiras sanitárias em todo o Estado e pretende instalar outras na fronteira com o Maranhão. Em junho, o governo piauiense solicitará ao Ministério da Agricultura a mudança de nível de risco desconhecido para alto risco.
O Maranhão espera mudar de classificação em setembro, apenas para a Zona 1, considerada área prioritária pelo fato de deter o maior rebanho bovino. A Zona 1 corresponde aos municípios de Imperatriz, Zé Doca, Açailândia, Santa Inês, Bacabal, Barra do Corda e Parte de Balsas – compreende a região sudoeste.
Com um rebanho bovino de aproximadamente 18 milhões de animais, os três estados, Maranhão, Pará e Piauí, geram aproximadamente 400 mil empregos diretos, só na pecuária de corte e sua cadeia. O circuito Meio Norte, como é chamada a região, produz o boi de pasto – o boi verde.
(Por Franci Monteles, para Gazeta Mercantil, 05/04/01)