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Risco de aftosa no Paraguai preocupa criadores brasileiros

Apesar de não admitirem a existência de focos de febre aftosa no país, os produtores paraguaios estão atentos a casos que podem surgir via Argentina, onde já foram confirmados 26 focos. A informação foi dada à imprensa paraguaia pelo vice-presidente da Associação Rural do Paraguai, Carlos Trappani.

A Argentina, por sua vez, culpa o Paraguai pelo surgimento do vírus que contaminou o rebanho argentino. O tema foi discutido semana passada por representantes do Brasil, Argentina e Paraguai durante um seminário em Assunción, sobre a prevenção contra doença da vaca louca e aftosa. Desde 1994, o governo paraguaio não reconhece casos de aftosa em seu país. A vacinação do gado foi retomada em 1999, mas como medida preventiva.

As autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul garantem que a aftosa está presente no Paraguai e buscam ativar, até o final deste mês, 16 postos fixos ao longo da fronteira seca, que tem 660 quilômetros de extensão, além de oito barreiras volantes. O governador José Orcírio Miranda dos Santos pediu novamente ajuda do Exército para fiscalizar a fronteira. O Estado, que possui um rebanho de 25 milhões de cabeças de gado, mantém fechada a fronteira com o Paraguai para trânsito de gado em pé e carne com osso. No início deste ano, o Estado foi considerado área livre com vacinação da aftosa.

O principal jornal do Paraguai de circulação nacional, ABC Color, noticiou, no dia 10 de outubro, que cinco bovinos foram abatidos no Estado de Canideyú, próximo à Bolívia, devido à confirmação em laboratório de que eles estavam com o vírus da febre aftosa. Ainda segundo o mesmo veículo de comunicação, em matéria publicada semana passada, o Serviço Nacional de Salud Animal (Senacsa) questionou o procedimento adotado no Brasil de estender tapetes com produtos químicos nos aeroportos para evitar que o vírus entre no País na sola do calçado de algum viajante. O Senacsa também não aprova a limpeza de rodas de veículos nas rodovias, alegando que há pouca eficiência.

(Por Hudson Corrêa, para Gazeta Mercantil, 04/04/01)

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