Por Rafael Henrique Ruzzon, pecuarista, médico veterinário e sócio proprietário de 3 Fazendas em Camapuã – MS. É também tesoureiro da Novilho Precoce MS.
O título desse artigo é uma provocação para você pensar no planejamento de gerações.
Você sabia que 90% dos negócios do mundo estão sob gestão familiar?
E 70% desses negócios faliram ou foram vendidos na segunda geração, o gráfico abaixo mostra a % de sobrevivência dos negócios familiares a cada geração. Apenas 12% dos negócios familiares chega a terceira geração e pior ainda, apenas 3% a quarta geração.
Isso nos faz refletir. Como podemos fazer para não entrar nesta triste estatística?
Eu tenho certeza que você é uma pessoa apaixonada pela atividade pecuária, e deseja profundamente que ela tenha longevidade, durabilidade, e que possa principalmente proporcionar aos seus sucessores, uma vida de qualidade, conforto, segurança e estabilidade. Certo?
Eu particularmente, atribuo o sucesso de qualquer negócio a três pilares:
1- Mercado,
2- Equipe e
3- Paixão
O primeiro item (mercado) não temos domínio, porém os outros dois temos absoluto controle. E fico cada vez mais convencido que esses dois itens são o que separa as empresas de sucesso das fracassadas.
Mas o que isso tem haver?
Respondo essa pergunta com outra. O que te motiva a acordar cedo, trabalhar duro, se arriscar, se esforçar?
Espero que a resposta seja algo como: paixão, amor, porque gosto…
Se você quer mesmo que o negócio Fazenda tenha duração na sua família, é aí que está o ponto chave, desenvolva nos seus sucessores amor pela atividade. (pronto, só isso…)
Pode ter certeza que é uma longa caminhada, com muitas turbulências, o que é muito bom por sinal. Cada família age de uma maneira e cada um se adapta aos seus modelos. O que importa é começar. Um passo de cada vez, mas sem parar.
Não estou dizendo que é fácil, o que estou dizendo é que VALE A PENA!
“Um sucessor faz muito do pouco, enquanto um herdeiro faz pouco do muito” (Augusto Cury)
Gostaria muito de saber o que você está fazendo para formar o seu sucessor, deixe um comentário abaixo.
Muito obrigado, um abraço.
Rafael Ruzzon
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Assista à entrevista com Rafael Ruzzon da Novilho Precoce MS
5 Comments
Bom dia Rafael,estou exatamente no começo deste processo com minha filha! Ela está sendo apresentada para os custos de gestão ,nosso planejamento e onde pode buscar e ter informações de qualidade e confiabilidade para reger o negócio.
Uma coisa veio de graça para mim, a paixão dela pela atividade!
Teka
Olá Rafael, fiquei supreso com o índice (%) de morte dos empreendimentos familiares! Você teria informações análogas no caso de atividades empresariais rurais? Seria o momento de se pensar na continuidade, via profissionalização? Quanto aos pilares vejo assim: – Paixão nos leva a retardar mudanças, inviabilizando o próprio negócio. – Equipe essa sim, faz toda a diferênça positiva ou negativa. Mercado, este é o comandante universal, todos haverão de machar sobre suas ordens, ou sair da guerra. Em lugar “Paixão” colocaria determinação, a qual me leva a tomar uma decisão pelo negócio e não pelo ego.
Ramiro, realmente os números assustam, eu também tive surpresa ao vê-los.
Infelizmente não consegui dados parecidos para o Agronegócio.
Interessante seu ponto de vista, mas será que não somos mais determinados quando temos paixão pela nossa atividade? Acho que ambas se complementam. Paixão é a gasolina!!!
Um abraço
Olá Rafael, sou exceção nesta estatística. Pertenço a quinta geração de uma família de fazendeiros aonde a receita do campo faz o sustento da família. Atuo nesta área há 24 anos. Na minha opinião, além da paixão é necessário muito conhecimento, disciplina, organização e muito trabalho. Ter boa equipe e conhecer o mercado é fundamental para manter-se no negócio. Na minha classificação a equipe está dentro da organização e o mercado dentro do conhecimento mas é só uma questão de semântica.
Olá Miriam,
Obrigado pelo comentário, meu caso é parecido com o seu, sou a quarta geração de produtores com renda exclusiva do campo!
Concordo totalmente com você, o gestor tem que ter um “know how” muito abrangente de todos os detalhes da atividade.
O que talvez não fui claro no artigo é que se entregarmos para um sucessor um negócio totalmente organizado e rodando, digamos “mastigado”… e este não tiver “paixão” para buscar novidades, conhecimento, alternativas… você já sabe!
A paixão está diretamente relacionada a dedicação.
Abraço