As recentes chuvas na região sudoeste, especialmente na Califórnia, foram bem vindas de forma geral pelos setores agrícolas – apesar das enchentes e dos deslizamentos de terra – mas não foram suficientes para acabar com a seca da região. No momento, o fenômeno de Oscilação Sul que gera os efeitos do La Niña e do El Niño estão em um estado neutro. Entretanto, alguns modelos climáticos estão prevendo um evento El Niño, que poderia trazer algum alívio da seca para a Califórnia e para o sudoeste, começando no outono de 2014.
Os abates de vacas semanalmente inspecionados pelo governo federal parecem estar declinando rapidamente após os estoques remanescentes altos com relação aos estoques de 1 de janeiro para muitos meses. Embora também um padrão sazonal, o declínio provavelmente está exacerbado pelos baixos estoques de vacas e pelo desejo de manter ou aumentar os estoques de vacas. Em resposta, os preços semanais das vacas aumentaram rapidamente desde o começo de 2014.
O relatório mais recente sobre colocação de animais em confinamento mostrou que as colocações de bovinos para engorda em estabelecimentos de mais de 1.000 cabeças foram maiores do que esperavam os analistas. Janeiro viu a maior colocação de animais de mais de 800 libras (362,87 quilos) durante qualquer mês de janeiro desde que as séries começaram em dezembro de 1995. Apesar da maior participação das colocações de animais pesados – um peso médio de colocação calculado foi somente levemente maior do que outros pesos de colocação em janeiro.
Em 1 de janeiro de 2014, o rebanho de novilhas em engorda em estabelecimentos com 1.000 cabeças ou mais constituiu a terceira menor proporção das novilhas totais em 1 de janeiro em engorda desde que as séries começaram a ser registradas em dezembro de 1995.
Isso é provavelmente um resultado indireto dos baixos estoques totais de bovinos e um resultado direto do efeito que a retenção de novilhas para cria e a adição ao rebanho de vacas tem nas colocações em estabelecimentos de engorda. Embora os preços do gado para engorda tenham aumentado a uma taxa relativamente modesta, os preços recentes do boi gordo se mostraram extremamente voláteis.
Indicações são de que os frigoríficos estão novamente entrando em margens de lucros negativas e podem começar a reduzir os abates, apesar da possibilidade da estratégia ser parcialmente efetiva no atual ambiente de ofertas limitadas de bovinos gordos prontos para o mercado.
Assim, os valores dos cortes no atacado – embora estejam aumentando – não responderam à extensão necessária para os preços do boi gordo gerarem margens positivas aos frigoríficos, embora os preços de alguns componentes, como retalho magro 50% estarem se movendo para um “território” recorde.
Além disso, embora a carne bovina varejista Choice tenha caído com relação ao seu maior valor alcançado em novembro de 2013, de US$ 11,93 por quilo, os preços da categoria de carnes frescas continuam alcançando recordes a cada mês (US$ 11,11 por quilo em janeiro), em parte apoiada pela atual popularidade dos produtos de carne moída.
Importação e exportação
As importações de bovinos pelos Estados Unidos totalizaram 157.299 cabeças em janeiro de 2014, quase sem mudanças com relação ao ano anterior. As importações deverão cair em 2% em 2014, para 1,95 milhão de cabeças. Os estoques permaneceram escassos no México apos vários anos de seca resultarem em uma liquidação substancial do rebanho. Os estoques também declinaram no Canadá. Além disso, os envios não deverão se fortalecer em 2014.
As exportações de carne bovina dos Estados Unidos aumentaram em 5% em janeiro de 2014 com relação ao ano anterior. As vendas aumentaram para Hong Kong (+69%), Japão (+44%) e México (+24%). As exportações ao Japão aumentaram firmemente no último ano desde que a restrição foi “relaxada” em fevereiro de 2013, permitindo importações de carne bovina dos Estados Unidos de animais com 30 meses de idade ou menos.
As importações de carne bovina japonesas aumentaram em 3% no geral em 2013, enquanto as exportações dos Estados Unidos ao Japão aumentaram em 49%. A Austrália continuou sendo o maior fornecedor de carne bovina ao Japão em 2013, mas perdeu participação de mercado aos Estados Unidos após os envios declinarem em 10%. Essa tendência provavelmente continuará, à medida que a forte demanda por carne bovina dos Estados Unidos perdura e as maiores exportações australianas à China desviam produtos de carne bovina do Japão.
As exportações de carne bovina dos Estados Unidos em janeiro caíram para o Canadá (-25%), Egito (-81%) e Taiwan (-33%). Os preços da carne bovina dos Estados Unidos aumentaram no ano anterior, enquanto o dólar canadense se desvalorizou novamente contra o dólar dos Estados Unidos. Os maiores preços e o dólar canadense mais fraco deverão provavelmente prejudicar a demanda por carne bovina dos Estados Unidos no Canadá.
A previsão para as exportações dos Estados Unidos em 2014 aumentou em 45,36 milhões de quilos, para 1,1 bilhão de quilos devido à forte demanda por carne bovina na Ásia. Entretanto, a menor produção resultará em um declínio esperado nas exportações de 6% com relação ao ano anterior.
As importações de carne bovina dos Estados Unidos declinaram em 9% em janeiro com relação ao ano anterior. As importações caíram em seu maior volume da Nova Zelândia (-15%). As importações da Nova Zelândia aumentaram em 6% em 2013 após uma seca severa durante a estação chuvosa liderara pelo pequeno aumento significativo nos abates de bovinos. A produção de carne bovina australiana aumentou pela mesma razão, mas as maiores exportações para a Ásia levaram a um declínio nos envios aos Estados Unidos.
As chuvas aceleraram nesse ano na Oceania, mas as pastagens não se recuperaram totalmente da seca do ano passado, criando incertezas nos abates esperados de bovinos nesse ano. Entretanto, com os menores números de bovinos, a produção de carne bovina deverá declinar nesse ano na Austrália e na Nova Zelândia.
As importações em janeiro também caíram do Uruguai (-45%) e México (-14%). A previsão para as importações de carne bovina dos Estados Unidos em 2014 é de 1,04 bilhão de quilos, 2% a mais que em 2013. As importações deverão aumentar devido às menores ofertas domésticas de carne bovina.
Produção de carne nos EUA
A produção de carne bovina dos Estados Unidos deverá declinar em 5% em 2104 devido aos menores números de bovinos e a um provável pequeno aumento na retenção de novilhas à medida que a reconstrução do rebanho começa. Apesar da demanda de importação, que deve aumentar, a magnitude do aumento será limitada pelas menores ofertas na Oceania e pela forte competição da Ásia.
Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.