A decisão do governo brasileiro em proibir a importação de ovinos, caprinos e material genético (sêmen e embrião), visando evitar especulações e novos casos de “scrapie”, não trouxe qualquer impacto aos criadores paranaenses, segundo informa reportagem de José Marinho, publicada hoje na Gazeta Mercantil.
Segundo Suzette Dzerwa, presidente da Associação de Criadores da Raça Pool Dorset, “houve apenas uma oficialização do governo, porque a importação de animais estava proibida pelo menos de 96 para cá”. Suzzete considera a situação sob controle e acha que a interferência do governo não trará novos prejuízos ao setor, que já sentiu retração de mercado após as notícias sobre o aparecimento da doença.
“Está tudo sob controle”, comenta Suzzete, que cria cerca de 500 animais em Palmeira, a 80 quilômetros de Curitiba. “Vários produtores já tiveram prejuízos e nós não estamos conseguindo transportar porque não conseguimos a chamada guia de trânsito”, comenta a criadora. O presidente da Associação dos Criadores da Raça Hampishire Down, Egon Torres Berg, disse que uma venda para o Paraguai foi cancelada e outra para o Estado de São Paulo foi suspensa.
Berg estava ontem em Brasília e informou que hoje vai reunir-se com representantes de associações de criadores de outras raças para tomar um posicionamento prático: elaborar carta pública, avisando que não existe mais problema. Na opinião dele, cabe ao governo continuar com o rastreamento para identificar possíveis descendentes da linhagem Kirlim. Só neste caso, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), é que poderá ocorrer novo caso de abate e incineração de animais.
Por José Marinho, para Gazeta Mercantil, 25/01/01