Segundo reportagem de Cassandra Barteló, publicada hoje na Gazeta Mercantil, a certificação da Zona Livre de Aftosa, concedida pelo Ministério da Agricultura à Bahia, vai abrir novos mercados para a carne bovina produzida no Estado. A Bahia já pode vender para os estados da região Sul e parte de Minas Gerais, onde antes a comercialização não estava liberada. Em maio, o Estado poderá receber o certificado da Organização Internacional de Epizootias (OIE) e começar a exportar para outros países. Em todo o País, as exportações de carne movimentaram, em 2000, US$ 2,3 bilhões, volume que superou o US$ 1,9 bilhão de 1999.
Com um rebanho de 8,5 milhões de cabeças, a Bahia ocupa a sétima posição no ranking nacional. No Brasil, são cerca de 160 milhões de cabeças, sendo que 126 milhões possuem o certificado para comercialização. A certificação de Zona Livre de Aftosa, além da comercialização de carne abatida e de matrizes, possibilitará a venda de sêmen e embriões.
A próxima meta dos criadores e do Governo baiano é o mercado externo. Uma assembléia da OIE, programada para 24 de maio deste ano, na França, decidirá a certificação internacional da Bahia. A região Sul do País já possui a licença e exporta seus produtos para outros países. No ano passado, as exportações alcançaram a marca de 173.571 mil toneladas de carne in natura.
Condição
O presidente do Fundo de Apoio à Pecuária (Fundap), John Hamilton Dias, diz que a doença da vaca louca vem contribuindo para a entrada do Brasil no mercado europeu. Os investimento do Governo Estadual também são apontados como um outro fator positivo no caso da Bahia. Em dezembro passado, foram criados 18 entrepostos de carne, aprovados pelo Ministério da Agricultura. Mas Dias alerta que a Bahia precisa melhorar as condições tecnológicas dos frigoríficos, adaptando-se às exigências dos países estrangeiros.
Por Cassandra Barteló, para Gazeta Mercantil, 24/01/01