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Diminui mercado para boi inteiro

No Estado de Goiás, onde a maior parte dos animais abatidos é de inteiros, as exportações de carne in natura não estão acompanhado o ritmo de crescimento das exportações nacionais. Segundo o gerente de exportação do frigorífico Friboi, Jeremia O’Callaghan, os compradores internacionais rejeitam a carne de animais não-castrados. Com o crescimento das exportações, os pecuaristas que não adotarem essa prática poderão ficar fora do mercado.

Há cerca de quatro anos, a porcentagem de bois inteiros que chegavam aos frigoríficos era de mais ou menos 30%; hoje, aproximadamente 70% dos machos abatidos são inteiros. A carne de bois não-castrados apresenta coloração mais escura, textura menos apreciada pelos consumidores, cobertura de gordura menor e menos uniforme e pH mais alto. Isso faz com que diminua o tempo de conservação do produto resfriado, que é a forma preferida de aquisição pelo mercado internacional.

Já os pecuaristas explicam a preferência pelo boi inteiro devido ao melhor rendimento que apresentam. Em média, são 15% mais pesados que os castrados e o mercado interno praticamente não faz restrição à carne desses animais. O preço pago pelos frigoríficos pelos dois tipos também não tem grande diferença (entre R$ 1,00 e R$ 2,00) e não serve de estímulo aos produtores.

Entretanto, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarne), José Magno Pato, o boi goiano já começa a ser considerado de qualidade inferior. Ele acredita que, à medida que o mercado interno deixar de absorver toda a produção, que novos mercados para exportação forem abertos e que os preços externos melhorarem, os pecuaristas poderão ter dificuldade de comercialização dos machos inteiros.

No Goiás Carne, um dos cinco frigoríficos goianos aptos a vender carne in natura para outros países, cerca de 50% de produção é destinada a exportação. Para estimular a oferta, o frigorífico paga R$ 2,00 a mais pela arroba de machos castrados. A tendência é de que os animais inteiros tenham uma cotação cada vez menor, com o preço próximo ao da arroba de vaca.

(Por Ana Flávia Pereira, para O Popular/GO, 23/04/01)

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