A importância da gestão do fluxo de caixa
30 de junho de 2000
Índices de produtividade da pecuária de corte no Brasil. Parte 3/3
14 de julho de 2000

É preciso criar condições estáveis para explorar o potencial de produção de gado de corte do Brasil

Na semana passada abordamos um dos aspectos de uma das notícias mais frequentes nos noticiários sobre pecuária no Brasil, mais especificamente, as consequências e algumas das principais providências para o estabelecimento de zonas tampão e zonas de diferentes níiveis de risco do programa de erradicação da febre aftosa do rebanho bovino brasileiro.

Na semana passada abordamos um dos aspectos de uma das notícias mais frequentes nos noticiários sobre pecuária no Brasil, mais especificamente, as consequências e algumas das principais providências para o estabelecimento de zonas tampão e zonas de diferentes níiveis de risco do programa de erradicação da febre aftosa do rebanho bovino brasileiro.

Ainda ligado à aftosa, tomou conta da imprensa através de entrevistas e comentários, a expectativa de grandes aumentos na exportação de carne bovina com a ampliação da zona considerada livre com vacinação e com a perspectiva de novas áreas virem a ser consideradas livres em futuro próximo.

Sem dúvida, o potencial do Brasil para produção de gado de corte é muito grande, e poderia ser afirmado com pouca chance de erro, que podem existir, em alguns países, condições (clima, extensão terrritorial, diversidade genética quanto a animais e a recursos forrageiros, grande produção e boa distribuição da produção grãos pelo terrritório nacional, grande estoque de tecnologia na área técnica de produçao disponível, etc.) até similares às do Brasil, mas melhores com certeza não existem. Portanto, o Brasil tem potencial para produzir carne bovina em quantidade e com características diferentes para atender os mais variados mercados, inclusive nichos específicos de carnes especiais.

A erradição da febre aftosa e o controle de outras doenças que poderão vir a se constituir em barreiras sanitárias são indispensáveis para aumentar e manter as cotas de exportação. Entretanto, em um país com o potencial do Brasil, esse aspecto de ser necessário o controle eficiente de zoonoses para atingir o mercado externo deveria ser consequência e não um fim em si mesmo. As razões são muito simples e diretas, como a maioria que participa do setor sabe muito bem. Os prejuízos causados pela ocorrência de doenças no rebanho bovino são dezenas de vezes maiores que os lucros obtidos com os possíveis aumentos de exportação. Além disso, a produção de alimentos seguros do ponto de vista de saúde animal e de saúde humana, deve ser o objetivo principal de qualquer produtor responsável. Os integrantes da cadeia produtiva de carne bovina têm que incorporar essa filosofia e fazer com que o consumidor nacional sinta que é tão importante quanto o consumidor de outros países. É claro que informações confiáveis sobre a qualidade e a segurança alimentar dos produtos elaborados com carne bovina são indispensáveis não só para só manter, mas principalmente, para aumentar o consumo per capita. Embora saber vender o seu “peixe” é essencial para o sucesso, só isso não basta, pois o “peixe” tem que atender os anseios dos consumidores.

Um programa sanitário preventivo e abrangente, bem elaborado e muito bem gerenciado, tem que ser de nível nacional com participação dos estados, dos municípios e dos setores privados da cadeia. A execução deve ser transparente e mecanismos de compensação poderiam ser elaborados quando necessários para preservar uma competição saudável (indispensável para o aumento da eficiência de qualquer setor produtivo) entre os integrantes da cadeia da carne bovina. Os maiores interessados em um programa desse tipo tem ser os produtores de gado de corte, que através de suas entidades representativas, deverão acompanhar e fiscalizar a sua execução.

Embora exista estoque de tecnologia como citado anteriormente, a qualidade da mão de obra para execução e para gerenciamento ainda deixa muito a desejar, e hoje é um dos obstáculos a ser transposto para aproveitar o potencial de produção de carne bovina do Brasil. Um esforço muito grande tem que ser feito no treinamento de pessoal para atender as demandas técnicas cada vez maiores à medida que em que aumentam as demandas por controles, anotações e tomadas de decisões frequentes. Mais uma vez, a cadeia da carne bovina através de seus integrantes, tem que chamar para ela essa iniciativa.

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