Estados tentam garantir trabalho de inspeção

Os sindicatos das indústrias da carne e de produtos avícolas de diversos estados conseguiram decisões judiciais que autorizam as empresas a contratar médicos veterinários para inspecionar a linha de produção e a exportação de perecíveis enquanto durar a greve dos fiscais agropecuários do Mapa.

No Paraná, o juiz Nicolau Konker Júnior, da Vara Federal Ambiental e Agrária de Curitiba, levou em conta a possibilidade de a paralisação se estender por um longo período.

Mas a medida não está sendo seguida por todos. Empresas exportadoras decidiram reduzir o abate e esperar o retorno dos fiscais. O argumento é que o comprador externo rejeita produto que não tiver o carimbo do SIF (Serviço de Inspeção Federal). “A liminar é boa apenas para o mercado interno, não tem reflexo lá fora”, disse o consultor do Sindicarne, Gustavo Fanaya.

A greve dos agentes agropecuários pegou os frigoríficos do Paraná com um movimento de abate 20% menor do que o normal, de 140 mil cabeças de gado ao mês, em razão do boicote ao produto motivado pelas suspeitas de febre aftosa no rebanho do estado.
Os reflexos da greve são maiores nos segmentos de aves e suínos. O Paraná é o maior produtor de frango do país e abate 85 milhões de frangos por mês. O segmento de suíno e derivados abate 350 mil cabeças por mês.

No Paraná, a maior parte dos 250 agentes agropecuários federais está em greve. Os líderes do movimento afirmam que foi mantida a inspeção nas barreiras sanitárias de prevenção da aftosa, nas aduanas internacionais e nos postos interestaduais para cargas perecíveis. Mas ontem já havia fila de caminhões vindos do Paraguai em Foz do Iguaçu.

Em Santa Catarina, apenas 30% dos fiscais estão atuando nos frigoríficos devido a uma decisão judicial. A exemplo do Paraná, os sindicatos ingressaram com um mandado de segurança.

Fonte: Folha de S.Paulo (por Mari Tortato, com colaboração de Thiago Reis e Léo Gerchmann), adaptado por Equipe BeefPoint