As vendas de carnes para o exterior cresceram 28,7% nos dois primeiros meses deste ano, segundo levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Mesmo sem dados oficiais sobre o mês de março, estima-se que o fechamento do trimestre seja com aumento de 42%, de acordo com a expectativa do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). O incremento no número de abates de animais é proporcional ao aumento das vendas.
Dados da Secex apontam que, em janeiro e fevereiro, o País exportou US$ 344,5 milhões em carnes, ou seja, o setor representou 4% das exportações brasileiras. Frango in natura foi o principal produto comercializado neste período – US$ 172 milhões, com crescimento de 37%. O aumento das exportações de carne bovina foi de apenas 11,8%. Em janeiro e fevereiro, o Brasil comercializou com outros países US$ 68,6 milhões de carne bovina in natura e outros US$ 41,3 milhões de carne bovina industrializada.
Antenor Nogueira, presidente do Fórum, diz que os países, ex-clientes da União Européia, aumentaram seus pedidos. “O Brasil é a bola da vez em termos de carnes mundiais”, afirma. Agora, segundo ele, falta somente melhorar o nível do preço internacional, que estava baixo desde o ano passado, quando houve excesso de oferta.
Para o secretário executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Ênio Marques, o crescimento do volume e do valor exportado deve-se ao fato de o País estar atendendo mercados anteriormente da Europa que, devido ao mal da vaca louca, não está conseguindo exportar.
(Por Nelia Baldi, para Gazeta Mercantil, 12/04/01)