Patrícia Menezes Santos, engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste
8 de novembro de 2005
Exames revelam que não há aftosa no Paraná
10 de novembro de 2005

Exportações do agronegócio somam R$ 36,2 bilhões no ano

Apesar da recente ocorrência de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, que fechou os mercados de 49 países à carne bovina nacional, as exportações do agronegócio brasileiro continuam crescendo. No mês passado, elas somaram US$ 3,730 bilhões – um acréscimo de 16,9% sobre o valor exportado em igual período de 2004 – com superávit de US$ 3,303 bilhões. Esse resultado foi alcançado graças ao aumento dos embarques dos complexos soja (37,2%), sucroalcooleiro (35,5%), carnes (28%), cafeeiro (24,8%) e florestal, com destaque para papel e celulose (30,2%). No acumulado de janeiro a outubro, as vendas externas do setor totalizaram US$ 36,212 bilhões – 9,6% acima do percentual registrado nos 10 primeiros meses de 2004 -, com saldo de US$ 32,022 bilhões.

Os números constam da balança comercial do agronegócio de outubro, divulgada ontem pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa. De acordo com os dados apresentados no acompanhamento mensal das exportações agrícolas brasileiras, o desempenho registrado de janeiro a outubro é um recorde histórico para o período de dez meses. Nos últimos 12 meses, o valor exportado pelo setor foi de US$ 42,172 bilhões, com saldo de US$ 37,127 bilhões. Isso representou um aumento de 10,5% sobre o faturamento das vendas externas entre novembro de 2003 a outubro de 2004, que foi de US$ 38,169 bilhões.

O desempenho do setor carnes em outubro foi expressivo. As exportações do complexo cresceram 28% em relação a igual período de 2004, saltando de US$ 554,5 milhões para US$ 710,4 milhões. Quase todos os segmentos tiveram taxas elevadas de aumento: carne bovina industrializada (35,7%), frango in natura (51,7%); frango industrializado (120%) e suíno (57%). Apesar disso, a cadeia produtiva registrou redução de 14% no valor exportado de carne bovina in natura (de US$ 180 milhões para US$ 153 milhões), em decorrência da queda de 18% no volume embarcado. Essa situação foi provocada pelos focos de aftosa no MS, que bloquearam importantes mercados às carnes in natura de gado.

A União Européia continua sendo o principal destino das exportações brasileiras do agronegócio, com 33,4% de participação no valor exportado. Em seguida, aparecem a Ásia (excluído o Oriente Médio), com 18,8%, o Nafta (exceto o México), com 18,1%, e o Oriente Médio, com 5,3%, Em outubro, houve um crescimento nas receitas das vendas externas para os seguintes blocos: Europa Oriental (50,5%), África (17,2%), Ásia (17%), União Européia (15,2%) e Mercosul (11,5%). “O fortalecimento do ritmo das exportações para a União Européia e Ásia refletiu principalmente o crescimento dos embarques de soja e seus derivados”, ressaltou o texto da balança comercial.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress