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Frigoríficos uruguaios redobram sua aposta na SIAL China

A China continua se posicionando como o maior importador de carne e miúdos do Uruguai. O crescimento nas vendas foi de 16,26% até abril e ainda restam nichos de mercado para produtos de maior valor, que não foram explorados pela indústria uruguaia.

No mês passado, a China concentrou mais de 60% de carne congelada exportada do Uruguai e a carne uruguaia está representando cerca de 20% do total importado pelos chineses. Ao nível do Mercosul, um em cada três quilos é enviado à China.

Um dos objetivos da carne uruguaia no mercado – assim como nos outros mercados – é a diferenciação e valorização do produto. Parte desse caminho é a venda de alguns cortes através da internet, porque o e-commerce na China é altamente desenvolvido.

No gigante asiático, a companhia Casti Beef, liderada pelo corretor Daniel Castiglioni, já vende cortes uruguaios pela internet há dois anos e essas vendas aumentaram em 200%, de forma que a empresa, “através de um sistema de agentes oficiais, busca expandir-se em diferentes cidades da China.”

A carne mantém uma boa posição, porque o Uruguai “é um fornecedor estável e de longa data neste mercado”, disse Castiglioni. Os importadores chineses valorizam a “uniformidade do produto e a estabilidade da qualidade da nossa carne ao longo dos últimos cinco anos. O Uruguai está posicionado como um fornecedor seguro”, acrescentou o empresário que vive na China.

Com o desafio de encontrar uma maneira de valorizar mais o produto e diferenciar-se, principalmente da carne australiana – a principal concorrente do Uruguai na China – é que uma delegação dos principais frigoríficos do setor vai participar da Sial China 2017, em Xangai, de 17 a 19 deste mês.

Com o apoio do Instituto Nacional de Carne (INAC), a carne uruguaia estará participando dessa feira, que é referência na Ásia desde 2004. Este ano, o INAC terá dois estandes, totalizando 360 metros quadrados que vai abrigar 26 empresas.

Por sua vez, o CEO da Marfrig para o Cone Sul, Marcelo Secco, disse que o mercado “está ajudando para que a carne uruguaia se posicione um pouco melhor”, mas explicou que a carne uruguaia “não teve uma oportunidade para a diferenciação. Obviamente tem um uso muito adequado no segmento industrial e o Uruguai está entrando em um segmento um pouco mais gourmet.”

Ele explicou que os frigoríficos que trabalham com cortes um pouco mais diferenciados, além de vender os mesmos produtos vendidos pelo resto, buscam saber “através do contato direto com os importadores chineses, quais são as oportunidades para continuar”.

Secco disse que com base nos preços mais baixos na Europa, alguns cortes que tradicionalmente iam para mercados na União Europeia, como primeira opção, hoje “começam a ser competitivos na China”, sendo que um caso típico é o de bife angosto congelado.

Essa melhora na competitividade para alguns cortes é por duas coisas: preços baixos na Europa e o produto uruguaio estar mais conhecido na China, ano após ano.

Por isso, ele disse que é necessário “equilibrar-se permanentemente para gerar o diferencial  e aproveitar estas oportunidades para mais cortes e com um preço melhor.”

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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