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Fundo sofre com queda do boi gordo

A doença da vaca louca está prejudicando o rendimento dos fundos de investimentos que aplicam no mercado agropecuário. É o que informa reportagem de Altamiro Silva Júnior, publicada hoje na Gazeta Mercantil. Estas carteiras, que normalmente são fundos conhecidos como derivativos, têm em sua composição contratos de boi gordo negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). “Com a queda do preço destes contratos, a rentabilidade das carteiras também cai”, diz o gestor de fundos da ClickInvest Gestão de Ativos, Gabriel Jafet. O contrato de boi gordo recuava 3,34% no mês, até ontem.

Na ClickInvest, o fundo InvestBoi – que utiliza derivativos, principalmente opções e futuros, referenciados em contratos de boi gordo – reverteu este mês a alta registrada em janeiro. A carteira perdia 0,33% até a última sexta-feira contra alta de 0,82% em janeiro.

O presidente da Arroba´s, João Paulo Tucci concorda. “Como o mercado futuro trabalha com expectativas, as cotações são muito sensíveis às notícias sobre o setor”, disse. Na Arroba´s, que permite investimento em contratos de engorda somente em bois que estão no pasto, o impacto é menor, mas ainda existe. Segundo Tucci, neste mercado é difícil especular, como acontece com contratos no mercado futuro. Mesmo assim, as cotações recuaram 2,79% neste mês.

Francisco de Assis Lafayette, diretor de fundos de investimentos da Safic Corretora, tem opinião semelhante. A Safic acaba de lançar o fundo Agribusiness, que também vai investir em contratos de boi. Segundo ele, a discussão sobre o embargo que o Canadá fez à carne brasileira ainda vai impactar as cotações no mercado futuro nos próximos dias.

Por outro lado, Jafet diz que o mercado agropecuário não é influenciado pelos outros fatores que normalmente derrubam as cotações nos mercados financeiros, como os problemas da economia argentina e a desaceleração nos Estados Unidos. “A volatilidade é menor do que a verificada no mercado acionário ou no de câmbio”, diz.

A ClickInvest possui dois fundos agrícolas. Além do InvestBoi, a gestora tem o ClickAgrícola, ambos lançados em junho do ano passado. A taxa de administração é de 2% ao ano e a performance é de 20%, sobre o que exceder o CDI, a aplicação mínima é de R$ 500,00.

Na Arroba´s o investidor compra contratos coletivos de engorda de boi e tem quatro opções de aplicação, com prazos diferentes. A aplicação mínima é de 20 arrobas (R$ 780). Não é cobrada taxa de administração. Há um rendimento fixo sobre o ganho de peso na arroba investida que varia de 15% a 65%.

O Agribusiness, da Safic, tem taxa de administração de 0,8% ao ano e aplicação mínima de R$ 1 mil. A taxa de performance é de 30% do que exceder a variação do CDI.

Por Altamiro Silva Júnior, para Gazeta Mercantil, 13/02/01

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