Os Estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins discutiram nos últimos dias, em Goiânia, um acordo de parceria para elevar o status sanitário do rebanho bovino da Ilha do Bananal, segundo reportagem publicada hoje no jornal O Popular. As autoridades de defesa animal dos três Estados entendem que, pelas próprias peculiaridades da ilha, seus controles sanitários são bastante precários, o que a torna um grave e permanente risco para as áreas limítrofes, já declaradas livre de febre aftosa, com vacinação.
Diante da constatação, os serviços de defesa animal desses Estados decidiram que cada um assumirá, durante dois anos, a responsabilidade pela vacinação do rebanho e pelo controle do trânsito de animais em uma parte da ilha. O coordenador de Emergência Sanitária de Goiás, Willian Vilela, diz que essa foi a melhor forma encontrada para que os três Estados, numa soma de esforços, pudessem resguardar seus próprios interesses, estabelecendo um real controle sanitário sobre o rebanho.
Divisão
Vilela, que ficou como coordenador das ações de Goiás na Ilha do Bananal, diz que a situação é complexa, porque se trata de um Parque Nacional sob jurisdição do Tocantins, administrado pela Fundação Nacional do Índio(Funai) e com fortes interesses do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente(Ibama). “Vamos ter de conversar com todos esses setores, incluindo o Judiciário, para encontramos formas de realizar esse trabalho sem qualquer conflito com outras instituições”, diz Vilela.
Conforme o coordenador da Emergência Sanitária, Goiás ficou responsável pela parte sul da ilha, uma área equivalente a mais ou menos 20% dela, mas com aproximadamente 50% do rebanho total, estimado em 60 mil animais. O Tocantins ficou com cerca de 50% da área e 21 mil reses, enquanto o Mato Grosso se responsabilizou pelos 30% restantes, numa área com cerca de 9 mil bovinos. Segundo Vilela, ficou acertado também que todas as vacinações serão feitas por técnicos do governo (agulha oficial), embora não se dispense a participação dos interessados.
Ações
Conforme Vilela, uma das maiores dificuldades para se impor um controle sanitário efetivo na ilha é o fato de que, por ser um Parque Nacional, na área não existem propriedades rurais.
“O que existe lá são retiros, em sua maioria temporários, pois na época da cheia grande parte do rebanho tem de ser retirada”, explica o técnico. Segundo ele, o primeiro trabalho da defesa sanitária será o de cadastrar os retireiros (encarregados dos retiros) e os proprietários e seus rebanhos, o que permitirá um certo controle do trânsito de animais.
fonte: O Popular/GO