Goiás começa a preparar uma forte campanha de marketing no exterior para divulgar a qualidade da carne do Estado. O projeto envolverá recursos da ordem de R$ 1 milhão nos próximos três anos, vindos do governo estadual, das entidades de classes ligadas à agropecuária, dos frigoríficos e da Agência de Promoção de Exportações (Apex). A decisão foi tomada ontem, em Goiânia, durante reunião na Secretaria da Agricultura que contou com a presença de empresários, representantes do governo e da diretora da Apex, Dorothéa Werneck.
A campanha consistirá na veiculação de peças publicitárias na rede de televisão CNN, incentivo à participação de pecuaristas, mostrando a carne bovina em feiras internacionais, e na promoção de visita de formadores de opinião (jornalistas, donos de restaurantes e hotéis, além de importadores) ao Brasil para conhecerem a criação de animais e degustar o produto.
A carne bovina de Goiás será promovida no exterior juntamente com os produtos do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Os cinco estados, juntos, respondem por mais de 70% da produção brasileira, informou Dorothéa Werneck. “Vamos também divulgar a marca e o selo de qualidade da nossa carne bovina”, completou.
No próximo mês, chegarão ao Brasil missões comerciais da Romênia, Hungria, Polônia e da República Checa para vistoriar o rebanho e os frigoríficos de alguns Estados, entre eles os de Goiás. O potencial de consumo deles é de 200 mil toneladas/ano. Nos próximos dias, também, a Rússia vai autorizar a importação de carne vermelha brasileira, num total de 700 mil toneladas/ano.
A diretora da Apex também debateu com os agricultores de Goiás a atual oferta e o potencial de crescimento de produtos orgânicos. Ela sugeriu que seja identificado o potencial de produção em Goiás e criada uma entidade para certificá-los.
O assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Goiás (Fetaeg), João Batista de Oliveira, anunciou que os produtores, ligados ao programa de agricultura familiar, pretendem se unir em consórcio para ter acesso mais rápido às tecnologias para garantir alimentos naturais e orgânicos, de qualidade e certificados.
(Por Sônia Ferreira,para O Popular/GO, 20/04/01)