Câmaras setoriais da carne e do leite reuniram-se na semana passada, em Goiânia, para discutir a agilização da implantação da portaria 304 do Ministério da Agricultura. A portaria determina que as carnes abatidas sejam embaladas, seladas e resfriadas, para depois serem transportadas em caminhões adequados até os locais de revenda. A intenção é criar um programa de inspeção da carne, com foco nos município do Estado.
A inspeção em Goiás já é realizada na comercialização intermunicipal na região de cidades como Goiânia, Catalão, Rio Verde, Anápolis, Itumbiara e Inhumas. O diretor de defesa agropecuária da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário, Hélio Louredo da Silva, afirma que é preciso “fortalecer isso nos municípios menores, onde muitos abatedouros funcionam sem quaisquer condições. A idéia do trabalho é acabar com a atuação clandestina e proteger a população”.
A primeira ação traçará uma radiografia dos abatedouros no estado. Os escritórios locais da Agência Rural vão verificar se nos municípios de sua jurisdição existem abatedouros em condições de funcionamento e cuja estrutura permita a inspeção. Com base nesses dados, a Agência deverá investir na regionalização dos abatedouros. De acordo com Silva, o ideal seria reunir a demanda em municípios que possuam um sistema de abate eficiente e depois enviar a carne para a venda e o consumo nas cidades da região já seguindo as orientações da portaria 304. O diretor de defesa sugere a oferta de linhas de financiamento, como o FCO, para que municípios ou associações de açougueiros, por exemplo, possam investir na adequação de frigoríficos para o abate correto dos animais.
Goiás possui 21 frigoríficos onde já funciona o serviço de inspeção estadual SIE) – 15 são destinados ao abate de bovinos, 3 para aves e 3 para suínos.
(Por Rejane Braz, para Gazeta Mercantil, 23/04/01)