Segundo reportagem de Mirian Karam e Sérgio Bueno, publicada hoje no Valor Online, o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura do Paraná decidiram sacrificar mais 75 ovelhas no Estado, por pertencerem ao mesmo grupo de animais que apresentaram a doença paraplexia enzoótica (“scrapie”). Os animais pertencem ao mesmo lote das 290 ovelhas sacrificadas na semana passada em Candói. O rebanho pertence ao deputado federal Gustavo Fruet, e está no município de Agudos do Sul, Região Metropolitana de Curitiba.
De acordo com a Secretaria da Agricultura do Paraná, o trabalho de rastreamento dos animais deve terminar só em fevereiro.
Ontem, o secretário em exercício, Luís Carlos Hatschbach, decidiu não participar da reunião convocada pelo Rio Grande do Sul para discutir a situação da doença. Segundo o secretário, “a situação está sob controle” e todas as “medidas necessárias foram tomadas”.
Hatschbach também criticou a postura gaúcha de impedir a entrada, naquele Estado, de ovinos do Paraná. “Trata-se de uma decisão meramente comercial, sem qualquer respaldo técnico”, disse.
Os governos sul-matogrossente e gaúcho, porém, querem mais explicações. Na reunião realizada em Porto Alegre, o chefe do serviço de defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura do MS, Loacir da Silva disse que seu Estado pode seguir o caminho do Rio Grande do Sul e barrar o ingresso, em seu território, de ovinos e caprinos procedentes do Paraná. A medida será adotada se o governo paranaense e o Ministério da Agricultura não aceitarem uma reunião entre os três Estados mais Santa Catarina, ainda esta semana, ameaçou ao dar entrevista junto com o secretário José Hermeto Hoffmann, do RS.
O Mato Grosso do Sul tem um rebanho em formação de 200 mil cabeças de ovinos e caprinos e adquire matrizes na região Sul, a maior parte no Paraná.
Silva e Hoffmann ficaram frustrados com a ausência de representantes do Paraná, de Santa Catarina e do Ministério da Agricultura, que foram convidados para discutir uma estratégia comum contra o “scrapie”. O delegado do ministério no Rio Grande do Sul, Odalniro Paz Dutra, disse que a iniciativa poderia gerar “decisões conflitantes”, pois uma questão que envolve mais de um Estado deve ser tratada pelo governo federal.
Por Mirian Karam e Sérgio Bueno, para Valor Online, 23/01/01