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Governo brasileiro pode vetar carne Argentina

A suspeita de novos focos de febre aftosa na Argentina vem causando preocupação ao governo brasileiro. Ainda nesta semana será decidido se o país vetará a compra de carne e boi vivo de nosso país vizinho.

Pratini de Moraes, ministro da Agricultura, receberá amanhã um relatório, feito por veterinários brasileiros, sobre as condições do rebanho argentino. Se a suspeita se confirmar, Pratini deverá determinar o bloqueio às importações imediatamente. Tudo será feito dentro das normas estipuladas pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), garantiram assessores do Ministério da Agricultura.

O governo nega um surto, mas indícios de novos focos de aftosa em algumas regiões do país levaram a Secretaria de Agricultura Argentina a lançar um amplo plano preventivo para evitar o reaparecimento dessa doença, que causou o embargo, por seis meses, da entrada de carne argentina em mercados como Estados Unidos e Canadá.

O plano preventivo prevê a delimitação das zonas de risco sanitário. O transporte de gado, por exemplo, incluirá medidas de identificação, com as quais a margem de monitoramento e vigilância sanitária ficarão mais ostensiva, de acordo com a secretaria. O plano prevê ainda a identificação dos animais (conhecido como caravana) e um estrito controle de trânsito que será feito tanto no âmbito federal como provincial.

A secretaria de Agricultura Argentina fará um monitoramento epidemiológico em todas regiões do país através do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). O diretor do Senasa, Victor Machinea, diz que haverá uma “precaução estrita para identificar os animais com selos de raios laser que dêem garantia de absoluta segurança”.

A Argentina pretende estender estas medidas a outros países (dentro e fora do Mercosul) para apresentar ao mercado internacional. Isso seria uma garantia dos produtos da região.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Brasil exportou no ano passado um total de US$ 6,2 bilhões em produtos para a Argentina e importou US$ 6,8 bilhões. As vendas de carne brasileira para aquele mercado somaram US$ 360 mil enquanto que os argentinos venderam US$ 32,5 milhões em carne “in natura” ou industrializada para o Brasil.

(Por Vladimir Goitia, para O Estado de São Paulo, 19/02/01)

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