Caio Junqueira Filho
A pecuária de corte convive com uma infinidade de elementos relacionados com a conduta do rebanho. São manejos de pastagens, gerenciamento de disponibilidade de água, forragens e suplementações minerais, adoção de medidas zoosanitárias preventivas dentre tantas outras. Todos estes elementos refletem finalmente na quantidade de kg. ou @ produzidas.
Uma maneira eficiente de se monitorar a performance dos animais é através da identificação individual. Facilita o manejo de lotes, pois a qualquer momento identificam-se os animais que estão fora de seu lote. Outra vantagem é a determinação dos animais que estão interferindo negativamente no lote.
Vale lembrar que a identificação individual está intimamente ligada a instalação de balança de pesagem de animais.
Vários são os métodos de identificação individual. A mais utilizada, porém com restrições, é a marcação a fogo. Ela estraga o couro, trazendo prejuízos incalculáveis, o que é discutível no nível de produtor, pois aparentemente ele não recebe por couro limpo. Outro problema é a modificação causada pelo crescimento do animal, deformando os números.
Ultimamente, com o avanço tecnológico, as empresas de brincos de identificação para animais têm conseguido colocar no mercado, brincos altamente confiáveis. Eles são com numeração pré-definida, escolhida pelo pecuarista, escrita a laser e até com código de barras.
A escolha de qualquer tipo vai depender do nível tecnológico que a propriedade tem capacidade de adotar. Acoplada a ele está a adoção de programas específicos de computador, os softwares, que interpretam os dados.
Figuras: 1. Animal c/ brinco; 2. Brinco normal; 3. Brinco c/ código de barra e 4.Leitora de código de barra.
Os brincos com código de barras são extremamente eficientes na transferência dos dados. Como desvantagem tem-se o custo do brinco e da leitora e a possibilidade da leitora não ler o código de barras por sujeira ou avaria do brinco. Porém, lendo a confiabilidade é muito elevada. O que não ocorre com os de numeração simples. Quando o peão canta o número, há a possibilidade de ler errado, do digitador entender errado ou do digitador digitar errado.
O método mais seguro e confiável é o “chip”. São transponders do tamanho de um grão de arroz, que contem um código exclusivo e inviolável, que funciona como um “RG eletrônico”. O implante é subcutâneo, onde devem permanecer até o abate do animal. A leitura é feita através de leitores especiais ou painéis eletrônicos colocados na porteira do tronco.
Figuras: 5. Estrutura do chip; 6. Modo de aplicação do chip e 7. Dimensão do chip
Existem também os transponders com formato de pastilha, para introdução no reticulo do animal. São reaproveitaveis e usa-se leitoras apropriadas. Os preços ainda são muito elevados. O custo beneficio para rebanhos comerciais é questionável.
Figuras 8 e 9: Modelos de coletores de dados.
Seja qual for a tecnologia empregada, o importante é a adoção da identificação individual dos animais, que no futuro próximo, levara a rastreabilidade. Será a identificação da carne das gôndolas do varejo até o animal que deu sua origem. Neste momento estaremos aptos a vender nossa carne para o concorrido mercado exterior, com privilégios de produtores de carnes especiais.