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Ingleses estudam método de controle da malária

O uso de inseticidas diretamente no corpo de animais domésticos pode diminuir a incidência da malária em seres humanos, segundo informou um grupo de cientistas ingleses. O método é 80% mais barato que o uso de inseticida spray na casa, uma vez que requer menor quantidade do produto e é igualmente efetivo.

Mark Rowland e sua equipe, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, testaram a técnica em cidadãos do Afeganistão de campos de refúgio do Paquistão. A pesquisa mostrou uma redução de 56% e 31% nos casos da doença causada pelo Plasmodium falciparum e pelo P. Vivax, respectivamente, em áreas onde foi passado o inseticida deltametrina nos bovinos.

O uso de inseticidas spray nas casas é efetivo, e é a principal forma de combate da malária na maioria dos países do sul da Ásia, disse Rowland. Porém, o custo dessa prática é de cerca de US$ 5,64 por casa ao ano. Para muitos países, o custo de passar spray em todas as casas é muito alto. “Essa é uma nova ferramenta, de baixo custo e bastante efetiva, que pode ser utilizada contra a malária”, disse Rowland.

A prática somente é efetiva nos locais onde os mosquitos transmissores da doença picam tanto animais como seres humanos. É o caso, por exemplo, do Paquistão e da Índia, onde quatro de cada cinco picadas são feitas em animais em detrimento do homem, o que torna a aplicação direta do inseticida no animal altamente efetiva. Entretanto, na África, por exemplo, a malária é transmitida por mosquitos que picam exclusivamente seres humanos.

A técnica será enviada à Organização Mundial de Saúde (OMS), antes que seja aplicada mundialmente.

Sobre a malária

A malária é a mais importante doença parasitária tropical, e mata mais pessoas do que qualquer outra doença, exceto a tuberculose. Os agentes causadores da malária em humanos são de quatro espécies de PlasmodiumP.falciparum, P.vivax, P.ovale e P.malariae. Dos três, o P. Falciparum é responsável pela maioria das infecções e é o mais letal. A malária pode ter cura se for diagnosticada precocemente e se for adequadamente tratada.

A malária é um problema mundial de saúde pública. Atinge mais de 90 países, representando cerca de 40% da população mundial. A prevalência da doença é estimada em cerca de 300-500 milhões de casos clínicos por ano, e estima-se que ocorrem mais de 1 milhão de casos de morte pela doença anualmente. A maioria dos casos de morte ocorre em crianças pequenas da África, especialmente em áreas rurais, que têm pouco acesso aos serviços de saúde. Outro grupo de alto risco de contrair a doença é o das mulheres grávidas, além de outras pessoas não imunizadas que adentram áreas de alta incidência.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a malária é endêmica em cerca de 101 países e territórios, sendo 45 países na África, 21 na América, 4 na Europa, 14 da Região do leste do Mediterrâneo, 8 na região do sudeste da Ásia e 9 da região do oeste do Pacífico.

Os sintomas da malária incluem febre, tremor, dores nas articulações, dores de cabeça, vômitos, convulsões generalizadas e coma. Uma anemia severa (exacerbada com a malária) é frequentemente atribuída aos casos de morte em áreas com intensa transmissão da malária. Se não tratada, a doença, particularmente a causada pelo P. Falciparum, progride para a malária severa, associada à morte.

A malária é transmitida por mosquitos Anopheline, sendo o número e o tipo determinados pela extensão da transmissão em determinadas áreas. A transmissão da malária é afetada pelo clima e por fatores geográficos, e frequentemente coincide com estação de chuvas. O controle da malária é feito na maioria das vezes sobre o mosquito transmissor.

fonte: fonte: New Scientist e Organização Mundial da Saúde (OMS), adaptado por Equipe BeefPoint

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