O setor pecuário presenciou um aumento de consumo de ração pelo gado bovino no ano passado, devido à profissionalização ocorrida na atividade, segundo reportagem de Ellen Cordeiro, publicada hoje na Gazeta Mercantil. De acordo com João Prior, secretário do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção destinada à pecuária de leite deve chegar a 2,84 milhões de toneladas de ração este ano, 15% acima do ano passado. O crescimento da demanda pela pecuária de corte deve ser também de 15%, para 1,08 milhão de toneladas. Com isso, a produção total de rações deve chegar a 37,8 milhões de toneladas este ano, 6,8% acima do ano 2000.
Segundo Prior, o mercado de rações fechou o ano passado com crescimento de 9% na produção, para 35,4 milhões de toneladas, em relação a 1999 – 1,7% acima da previsão inicial, de 34,8 milhões. A receita, no entanto, somou US$ 6,6 bilhões, 2% abaixo das primeiras projeções e 4% abaixo de 1999. “Essa queda foi o repasse da redução do preço do milho, o principal insumo das rações, que passou de R$ 16 a saca em dezembro de 1999 para cerca de R$ 11, no final de 2000.”
“A demanda maior por alimentos balanceados para a criação de novilho precoce foi um dos fatores a garantir o bom desempenho do setor no ano passado”, observa Prior. Em relação a 1999, a produção destinada a bovinos de corte cresceu 100%, enquanto o volume de ração para bovinos de leite avançou 54%.
O consumo de derivados de leite, como queijos e iogurtes, vinha crescendo, mas o preço pago ao produtor era baixo, por conta do aumento da importação, o que desestimulava o criador. “As importações caíram, mas o setor tem potencial para crescer, já que o consumo de ração no rebanho leiteiro é de apenas 2%.”
Por Ellen Cordeiro, para Gazeta Mercantil, 04/01/01