O Ministério da Agricultura descartou a retomada da vacinação contra a aftosa no rebanho bovino do Rio Grande do Sul. Segundo o chefe da Divisão de Aftosa do ministério, Jamil Gomes de Souza, a ação só seria justificada se a situação estivesse fora de controle; sem um motivo, o retorno da vacinação representaria um grande prejuízo ao programa nacional de erradicação da aftosa.
Em sua declaração aos deputados gaúchos, preocupados com os focos na Argentina, Souza lembrou também que a vacinação colocaria em dúvida a credibilidade do controle sanitário brasileiro no exterior, com a possibilidade de bloquear, inclusive, as recém iniciadas exportações de carne suína para a Rússia.
O ex-diretor do Centro Panamericano de Controle da Febre Aftosa, Vicente Astudillo, argumentou que no mercado internacional há restrições para a compra de carnes e derivados provenientes de regiões consideradas livres de aftosa, mas com vacinação. Para Astudillo, o melhor a ser feito é aprimorar os mecanismos de proteção, para impedir que a aftosa atinja o Circuito Pecuário Sul, área onde o gado não é vacinado. Brasil e Argentina deveriam criar um sistema conjunto de defesa, envolvendo o Sul do País e províncias argentinas.
No Reino Unido, o governo recomenda aos produtores rurais que eles apóiem a vacinação contra a aftosa. Os abates já sacrificaram mais de 1,7 milhão de animais. Os pecuaristas resistem à vacinação, com medo de que a medida prejudique as exportações.
(Por Ayr Aliski, para Gazeta Mercantil, 19/04/01)