A raça nelore, a mais expressiva na pecuária extensiva brasileira, deverá ser também, em breve, marca de carne. É o que pretende a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), que está mobilizando criadores de todo o País para debater, consolidar a idéia e lançar a carne Nelore, inicialmente em São Paulo e, posteriormente, em todo o mercado nacional.
De acordo com o gerente executivo da ACNB, Eduardo Pedroso, a idéia é aproveitar as discussões favoráveis em torno da chamada carne verde ou de animais que só ingerem capim, para fazer o lançamento do produto. Na realidade, por sua rusticidade e boa adaptabilidade ao clima tropical, os animais da raça nelore alimentam-se basicamente de pasto e sal mineralizado. Quando há suplementação alimentar, a ração é elaborada com produtos de origem vegetal.
Eduardo Pedroso explica que o Programa Novilho Nelore da ACNB não se trata apenas de produto precoce, mas do animal já produzido pela maioria dos pecuaristas que criam nelore. Segundo ele, qualquer produtor poderá fazer parte do programa, assim como qualquer frigorífico. O diferencial, porém, é que serão estabelecidos critérios de qualidade que vão desde a criação (dentro da porteira), passando pelos frigoríficos e, finalmente, nos pontos de venda. Os criatórios, assim como os animais, os frigoríficos e o varejo que não se enquadrarem nesses critérios não farão parte do programa.
No próximo dia 12, a ACNB vai reunir em São Paulo criadores e dirigentes no 1º Encontro Nacional de Associações de Nelore. O objetivo é expor o Programa Novilho Nelore e apressar o lançamento da marca, o que deverá ocorrer até abril. A raça nelore representa cerca de 80% de todo o rebanho bovino nacional.
“A carne nelore passará a ser o modelo de saúde para o mundo. O gado é branco, tem pêlo curto e, por si só é sinônimo de higiene e limpeza”, enfatiza o gerente executivo da ACNB, acrescentando que somente a produção de carne à base de capim e suplementação mineral pode ser traduzida em segurança alimentar para o consumidor. Outro objetivo do Programa, segundo Eduardo Pedroso, é melhorar ainda mais os modelos de criação, incorporando novas tecnologias e imprimindo ganhos em qualidade e produtividade.
fonte: O Popular/GO