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O prestígio da carne bovina argentina

Scot Consultoria

Os jornais argentinos e de outros países difundiram que no restaurante da sede da Comunidade Européia, em Bruxelas, onde os ministros da Agricultura da União Européia almoçavam, estava em destaque um cartaz onde se lia: – A carne que utilizamos neste estabelecimento é proveniente da Argentina.

Com essa mensagem , os proprietários quiseram transmitir a idéia de que asseguravam a seus clientes que a carne que estavam consumindo era sadia, e que não apresentava nenhum risco para a saúde.

O cartaz subentende também, que atualmente os europeus não têm segurança sobre a carne produzida em seus países desde o ressurgimento da doença da vaca louca.

Comenta-se que na Itália, em Roma, em muitos açougues estão sendo afixados cartazes proclamando a origem da carne como sendo argentina. E para obtê-la, os consumidores italianos estão tendo que pagar um ágio de 20% sobre o preços corrente da carne local.

Os argentinos, é claro, estão rindo de orelha a orelha, pois esses fatos vêm confirmar o prestígio que goza a carne produzida pelo nosso vizinho em termos de qualidade e sanidade.

No Brasil

Enquanto isso, no Brasil, o Ministério da Agricultura proibiu as importações de bovinos, ovinos e caprinos vivos, suas carnes e subprodutos da França, Alemanha, Portugal e Espanha, onde foram detectados, recentemente, casos da vaca louca.

Além dos animais vivos e suas carnes, foram proibidas também as importações de miúdos e de sêmen.

Medidas acertadas, sem dúvida, que devem prejudicar mais os importadores de sêmen que trabalham com melhoramento genético e cruzamentos industriais, e menos os importadores de carne.

É notável como esse fato afeta diretamente o Brasil e Argentina.

Aqui a notícia tem servido como instrumento para deprimir o preço pago aos produtores, pois com a queda inevitável do consumo de carne bovina na Europa, as exportações brasileiras serão afetadas em termos de preços e de volume comercializado para aquelas paragens, diga-se, nosso principal parceiro comercial.

Para a Argentina, a doença tem sido encarada como nova oportunidade de negócios.

De imediato se arquitetou um plano para valorizar a carne bovina argentina, produzida a pasto, e quando arraçoada, as rações compostas exclusivamente com proteínas e energia vegetais.

Não seria o caso de despudoradamente fazer-se a mesma coisa no Brasil?

Sair correndo e dizer o que todos sabemos. Que a nossa carne é magra e saudável. Que o nosso boi é vegetariano. Que quando no cocho, come farelo de soja, grão de milho, torta de algodão, silagem de capim, polpa cítrica, cana de açúcar, sorgo, silagem de milho e bagaço hidrolizado. Por que também não aproveitamos a oportunidade e somamos algum lucro com o nosso negócio, como os nossos vizinhos argentinos?

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Scot Contultoria

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